Em branco.

Uma esperança de recomeços,talvez escolher as novas memórias.

Isso seria de fato um privilégio,ter todo espaço da existência em branco,

A ser preenchido...

Escolher viver coisas diferentes com pessoas que se tornam especiais.

E se fosse possível?

Novas memórias previamente desejadas,cada momento.

Nos filmes isso passa pelo romantismo clichê de cenas,que trazem lágrimas e reflexões intencionais.

Na real,teriamos a chance de reeditar erros ou prioridades.

Imagine as possibilidades de uma página em branco.

Aos poetas isso trás o brilho nos olhos e calor nas mãos.

Imagine a vida como uma folha branca, disponível aos nossos distúrbios criativos.

Falar de tudo que nos agrada,trazer pra perto as melhores companhias.

Algo próximo ao absurdo do perfeito,deslembrar dos fardos.

Olhar no espelho e perceber que não tem reflexos,nem fantasmas.

Que dali é possível moldar o novo,ficar no controle.

Imagina que nessas novas linhas você possa dizer tudo,sem reservas nem medos.

Ser fiel a cada vontade,não se permite limitações.

Todas as manias levadas a sério,nenhuma objeção.

Cada palavra vinda de uma espaçada censura de valores.

Suavidade,cada passo sendo velado pelos olhos fixos da cautela.

E nem precisamos de tanto,apenas de mãos firmes.

Pra escrever cada nova página,tirar do pálido da rotina.

Trazer um colorido,mesmo que tonalizado por um cinza necessário.

Ponto a ponto,tingindo os vazios com as cores gritantes da lucidez.

Refazer-se,remontar-se,imergir dos profundos abismos internos.

Sem medos,apenas coragem e firmeza nas mãos.

Pra que seja de fato valido esta,em branco!!!