Lembrando Graciliano
ONTEM uma das minhas filhas que adora assistir aos noticiários, me chamou para ver uma reportagem sobre uma minuta encontrada pela PF na casa do ex-ministro da justiça de Bolsonaro. Essa minuta era uma versão de um decreto visando à anulação do resultado da eleição e suprimindo, pasmem, o TSE. Uma prova concreta e indiscutível que se tramava um golpe fascista,
Além do teor golpista , o que me chamou à atenção, na hora que nem caldo de cana, foi a leitura e exibição de um trecho da minuta que continha a palavra PERTINE . Sim, essa palavra pretensiosa e pernóstica. Até os juristas fascistas gostam de enfeitar o Maracá de seus arrazoados.
Lembrei naquele instante do grande escritor Graciliano Ramos. Quando era revisor de um jornal no Rio, certo dia encontrou a palavra outrossim num texto de um medalhão da ABL, não teve dúvidas, pegou o lápis vermelho riscou a palavra e escreveu na margem: “Outrossim é a puta que o pariu”.
O mesmo se pode dizer da palavra pertine do decreto fascista. William Porto. Inté,