AFINIDADES....AMIZADE.

Andando pela vida, sagrada, só por ela, temos a faculdade de atrair tudo que nos deve e pode chegar; haurir o espectro caudaloso do prefixo “con”, conviver.

Dentro de nosso cofre ao qual ninguém tem acesso, sacrário inviolável de nossa alma, irmã univitelina e berço de nossos pensamentos, trazemos o segredo de nossas afinidades. Desinteressa procurá-las, se avizinha ou não, e são recepcionadas.

Compreendemos essas chegadas e seus contornos em todas suas variações, sempre compreendidas e recebidas no exercício da razão que a tudo assimila no leito da complacência. Por vezes até no gesto da caridade e na misericórdia ensinada por Cristo. Vale calar quando o empirismo podia ferir. O mar do amor é bálsamo, não quer tempestades ou águas revoltas. Se falta compreensão comanda a desrazão que faz naufragar o barco da paz.

Não havemos, pois, de escolher os amigos, que de si mesmos hão de vir. Seria essencial em tudo escolher inimigos; melhor não tê-los. Mas se nublam em capas de difícil visão, só dadas a ver por “chamãs”. Mas todos têm um pouco desse alcance, leitura de almas e de sentimentos.

O enigma das afinidades ninguém dirá em linguagem. Surge como a arte, como dizia Dubuffet, acontece. O mistério liga a vida inercial à vida dos vivos, do inanimado ao milagre que se define em um nome; amizade.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 11/01/2023
Reeditado em 11/01/2023
Código do texto: T7692076
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