Vida que Segue

NESTE meu tempo de “range rede” (expressão de Riobaldo para falar na sua velhice) acho que já vi quase tudo. Por isso mesmo não deveria me surpreender com mais nada. No entanto me surpreendi com o ataque terrorista aos três poderes da República. Mas como parece que as coisas voltaram à normalidade., embora no Brasil a gente sempre se surpreenda com o inusitado, voltei a me aquietar e a tocar o barquinho da minha acanhada vidinha de véio simplório, chato, matuto e eterno sonhador.

Vamos a arenga de hoje. Sou, mão nego, avesso a rituais e chateação. Exemplo: não vou me acostumar nunca com a transmissão de solenidades. Vejam bem, em todas as solenidades com muitas autoridades, quando todos discursam, geralmente começam enumerando as autoridades presentes e elogiando cada uma. Se forem mais de dez só aí cada falastrão perde quinze minutos. Ora são mais de duas horas só nesse ritual de saudação, quando bastaria iniciar com um “Senhoras e Senhores” e entrar no foco do assunto, sem essa rapapé imbecil. Quando começa desligo a tevê. Juro. O mesmo acontece com as mesas redondas e comentaristas de futebol com as suas baboseiras. Desligo.

Estou torcendo pela tal pacificação. Detalhe: não tenho nenhum interesse pessoal, não me rasgo por nada, sou apenas um véio que torce pela paz e pela democracia. Eu apenas quero viver tranquilo meu saldo de vida. Nada é tão fascinante quanto a vida. A vida é bela. Dizia Chaplin: “A vida é maravilhosa quando não se tem medo dela”. Acertou. Precisamos viver com coragem e sem medo é sem ódio. Vida que segue. William Porto. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 11/01/2023
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