Albert Einstein, o negacionista.
Não está longe o dia em que os Seguidores da Ciência irão chamar o Einstein de negacionista. E por que o fariam? Ora, porque o Einstein negou-se a si mesmo. Sim. O Einstein negou o próprio Einstein. Sim. Ele negou-se a si mesmo. Ele negou a sua ciência; então, ele era um negacionista.
Conte-nos melhor a história, Sergio.
Aqui vai:
Conta-nos a lenda:
Era uma vez...
Em algum reino, hoje perdido, da Europa, ia o dia frio. Um homem meio doido e meio gênio, o Albert, a deliciar-se, após chegado, em seu humilde lar, do escritório de patentes, numa banheira, com um banho refrescante e revigorante, de águas mornas e cristalinas bolhas de sabão, descerrou as pálpebras, no rosto estampado um sorriso contagiante, e arregalou os olhos, e exclamou: "Eureka! Descobri a Constante Cosmológica!" E logo, dando tratos à bola, escreveu-a, com a sua caligrafia hieroglífica, garranchos ilegíveis, por inteiro, ilustrando-a com centenas de fórmulas matemáticas, garatujas esotéricas a reservar mistérios insondáveis, incomprensíveis ao comum dos homens, num pequeno bloco de anotações todo puído, um documento histórico de valor incalculável.
E ao mundo Albert, o famosíssimo Einstein, apresentou a sua criatura: a Constante Cosmológica, que viera à luz de sua mente brilhante. E observou, regozijado, seus olhos a brilharem, o efeito da revelação no espírito dos homens. O mundo ajoelhou-se diante de Einstein, Albert Einstein. Louvou-o o maior gênio da humanidade.
E todos viveram felizes para sempre.
Não. Não.
Ainda não se encerrou a história.
Um dia, para surpresa de todo mundo, Albert Einsten negou a sua criação. Sim. Ele a negou. E a renegou.
- Pôxa, Einstein! - disseram-lhe os amigos mais próximos. - Que decepção! Primeiro, você nos disse que a Constante Cosmológica funciona que é uma beleza; agora, você, a negar, dela, a beleza do funcionamento, diz-nos que ela não passa de uma asneira das grossas?! Que decepção!
E dele eles afastaram-se.
Mas Einstein, ser único e irrivalizado, embora tenha negado e renegado a sua criatura, não a abandonou: amava-a. Não a abandonaria ao deus-dará, não lhe permitiria comer o pão que o diabo amassou, não a deixaria ao relento. Acalentou-a, carinhoso, sempre.
Transcorreram-se os anos.
Um dia, a passear de bicicleta pelos jardins de uma universidade americana, gritou, para espanto de todos ao redor: "Eureka!"
Perdeu o controle da bicicleta, esbarrachou-se no chão, e exclamou: "A Constante Cosmológica funciona! E funciona que é uma beleza!"
E Albert Einsten, o nosso querido Albert Einstein negou-se, uma vez mais, a si mesmo.
- Ô sujeito desmiolado! - exclamaram seus pares. - Não sabe o que quer, diabos! Decida-se: A Constante Cosmológica funciona que é uma beleza ou é uma asneira das grossas?!
Albert Einstein, indeciso, sem saber qual era a resposta certa para tal pergunta, negou-se e renegou-se até o fim de sua curta existência.
Esta é a lenda.
E todo viveram indecisos para sempre.
Fim.
A lenda, transcrita acima, está nos anais da história universal. Há, dela, outras versões, que estão em papel. Quem deseja conhecê-las, que as procure.