AS FÉRIAS DO VERÃO
Desde 21 de dezembro do ano passado que entramos na estação verão com a promessa de três meses com temperaturas elevadas para fazer com que o período, ansiosamente esperado, das férias nas escolas para todos os alunos, para a maioria dos professores, para os serventuários da justiça, dos prestadores de serviços, dos profissionais liberais.
Época em que são feitas as novas amizades, das belas fotografias com cabelos ao vento, óculos escuros, roupas leves, pés descalços, bebidas geladas... tudo isso motivado pela alegria dos eventos ao ar livre, das caminhadas pelos parques da cidade, no campo ou na beira mar desfrutando do calor e da luz intensa.
Mas parece que, neste ano, o verão resolveu aproveitar tudo isso e saiu em férias, porque temos tido tempo carrancudo, baixas temperaturas, chuvas intensas em algumas localidades, noutras a chuva miúda, insistente, modorrenta, vento gelado para todos, garoa a qualquer hora do dia ou da noite e nevoeiro ao entardecer.
Nesses dias não está se cumprindo a sabedoria popular:
“névoa baixa; sol que racha”...
Os termômetros preguiçosos sempre abaixo dos 20ºC, os guarda-chuvas e casacões fazendo hora extra e os arautos do aquecimento global, com as suas caras de tacho, assistindo a tudo isso através das vidraças enfumaçadas ao som do tamborilar festivo das gotas de chuva e dos insignificantes granizos...
Em março começará o outono, aí então, quem saberia dizer se o verão virá cumprir as promessas que fizeram em seu nome?
Mas só se, para desilusão dos arautos do fim do mundo, Nibiru adiar outra vez, a sua colisão triunfal que transformará em cinza essa bagaça toda...
GLOSSÁRIO
BAGAÇA = gíria popular característica de insignificância; coisa, local, objeto.
NÉVOA BAIXA, SOL QUE RACHA = indicação de que quando a névoa é baixa e intensa, o dia seguinte será seco e de sol forte.