A Deus, Ano Novo!
Fim de ano chegando de novo. Como passou rápido! Parece que não faz nem uma semana que começou e 2023 já tá indo embora...
Então bora aproveitar esta última sexta-feira pra relembrar o que de mais relevante aconteceu nesses 365 dias que entrarão pra história como o "Ano Louco".
E não poderíamos iniciar a retrospectiva com outro assunto: a prisão do Presidente da República.
Primeiro de setembro: o Chefe do Executivo estourou novamente o teto de gastos. E dessa vez não deu pra passar o pano.
Liberou 317 milhões de reais, através do Ministério de Desenvolvimento Social, pra ajudar o Corínthians a quitar o restante da dívida da construção do estádio de Itaquera. Presente de aniversário pro Timão e pra Fiel.
Tentou até justificar, alegando que governa pra todo mundo e todos tem direito de participar do Programa Minha Casa, Minha Vida. Inclusive o Alvi-negro, Campeão dos Campeões...
Foi a senha pra revolta. Todo mundo da direita, menos os trinta milhões do bando de loucos (que tão "junto e fechado com o Presida até o fim"), saiu pra protestar e se juntou a quem já tava acampado, desde as eleições de 2022, nos acostamentos das rodovias e em frente aos quartéis do Exército.
Em uma ação impetrada em conjunto pelos partidos de oposição, um Ministro do Supremo Tribunal Federal decretou a prisão preventiva do Presidente.
Mas, provocado pelos partidos da situação, outro Ministro concedeu o habeas corpus ao acusado.
Diante do impasse, o Plenário decidiu pela prisão domiciliar, no Palácio da Alvorada, com tornozeleira eletrônica, até que os deputados votassem o impeachment, determinando também que o Vice-Presidente assumisse o cargo imediatamente, em razão da flagrante impossibilidade de que um governante, ainda mais o comandante da nação, desempenhe suas funções em tais circunstâncias.
O problema é que o processo de impedimento do Presidente não avançou na Câmara. Coisa inimaginável no início da legislatura, quando cerca de 70% dos deputados eleitos eram contrários ao governo.
É que com o passar do tempo e com alguns Ministérios e cargos de segundo e terceiro escalão estrategicamente negociados, o Centrão Verde-Amarelo começou a ficar meio que... laranja.
Sem contar que o Presidente já mandou avisar que se ele cair, leva junto pelo menos dois terços do Parlamento.
E parece que a coisa vai longe. Se bem que o pessoal do Mercado tá até achando bom. Na verdade, tão gostando do comportamento do Vice em exercício. Equilibrado, sereno, articulador. Não solta declarações que derrubam as cotações das ações e elevam a do dólar, nem gera incertezas que afugentam os investidores.
- Vamo deixar tudo como tá pra ver do jeito que fica. É a frase mais ouvida na Bolsa de São Paulo nas últimas semanas.
De concreto mesmo, somente a paralisação das obras no Palácio, iniciadas em maio, já que a Primeira-Dama não sabe mais se vai continuar morando lá.
E mudança de residência foi o que mais teve no cenário politico. Muita gente do Planalto Central veio pra São Paulo e outro tanto migrou da capital paulista pra Brasília.
E hoje se completa um ano que o Ex-Presidente viajou pra Flórida. E tudo indica que por lá ficará por tempo indeterminado. Seus advogados mais uma vez não obtiveram sucesso ao pedirem a revogação da prisão preventiva, também decretada pelo STF, pelos 121 ilícitos a ele atribuídos por ocasião da quebra do sigilo de 100 anos, imposto aos atos praticados durante seu mandato.
Desse modo, o Ex-Chefe do Executivo continua impedido de retornar ao país, sob risco de ser recebido pela Polícia Federal no aeroporto. Mas segue firme, fazendo live toda quinta, reafirmando sua inocência, a fraude nas urnas eletrônicas e a eficácia da cloroquina, sem, contudo, apresentar nenhuma comprovação.
E a doideira não ficou restrita ao Brasil em 2023: parece que o mundo inteiro resolveu pirar de vez.
Na Inglaterra, um plebiscito, de iniciativa popular, extinguiu a monarquia. O reino acabou desunido.
Escócia, Irlandas e País de Gales tiveram seus próprios "Brexits". A família real foi despejada de Buckingham. Os diários sensacionalistas pesaram no boato de que os príncipes Harry e William decidiram em uma partida de pólo que o perdedor ficaria com Charles e Camila.
E finalmente aconteceu o tão esperado cessar-fogo na Ucrânia. Putin levou muito tempo pra entender que a "intervenção militar" no país vizinho acabou se revelando uma declaração de guerra estendida ao mundo inteiro.
Aguentou até quando foi possível, mas o que manda nessa bagaça é grana mesmo. Ameaçou fechar a torneira do gás pra Europa, mas sabia que nunca levaria a bravata a efeito. E teve que ceder pra ver o fim das restrições e boicotes do mercado internacional à Rússia. Mas não assinou nenhum tratado de paz, pra não dar o braço a torcer.
Outro que prefere a teimosia à coerência é o bilionário Elon Musk. O Twitter fechou novembro pela décima-primeira vez consecutiva no prejuízo. E nada aponta pra que dezembro seja diferente. A empresa já vale menos de 40% do valor pago em sua aquisição pelo empresário.
No entanto, o cabeça-dura nem cogita qualquer chance de venda pra estancar o rombo e continua injetando cascalho pra manter sua arrogância em 260 caracteres.
No esporte, destaque para a Copa do Mundo Feminina de futebol. E não foi dessa vez, de novo, que o Brasil conquistou o título inédito. Eliminação nas quartas, pela Alemanha. Mas foi só 3x1.
Quem conseguiu ganhar pela primeira vez foi o Paris Saint-Germain. A tão sonhada Champions League veio enfim. Seguida do Mundial Interclubes, com a vitória na final, sobre o Palmeiras, que novamente teve que recorrer ao campeonato de 1951 pra evitar a zoeira dos adversários. E anunciou a contratação de Cristiano Ronaldo. O português não se adaptou à vida na Arábia e resolveu terminar a carreira no Brasil, onde não será hostilizado por ser metrossexual.
Messi e Mbappé brilharam o ano todo. Neymar, infelizmente, sofreu duas lesões, no reveillon e no carnaval. Teve uma temporada discreta.
Já o francês ganhou a bola de ouro e fechou o ano eleito o melhor do mundo pela FIFA. Mas o fato mais comentado envolvendo o jovem campeão foi mesmo o noivado com a cantora Anitta, que ganhou o Grammy em três categorias.
Tom Brady e Giselle Bundchen reataram o casamento. Somente após o anúncio pelo atleta, em rede nacional, da aposentadoria definitiva do futebol americano, pra se dedicar exclusivamente à vida familiar.
Ainda na NFL, vale registrar que o Buffalo Bills ganhou o Superbowl, glória enfim alcançada pela franquia que era considerada amaldiçoada na liga.
Rihanna arrebentou no Show do Intervalo do jogo. Convidou uma grande amiga pra dividir o palco: Beyoncé!
Galvão Bueno assinou com a Band. Vai narrar a Fórmula-1. Vai dar bom, já que não vai mais precisar gritar gol.
O São Paulo foi rebaixado pra Série B do Brasileirão. Mas não contrariou a premissa de que time grande não cai. É que já tinha se apequenado há muito tempo. Agora, o choro dos bambis, foi de cortar o coração. Comoveu até os rivais.
E Roberto Carlos encerrou as homenagens a Pelé em seu especial de fim de ano. Cantou uma música composta especialmente para o rei do futebol, que continua causando: o nome mais registrado nos cartórios do Brasil em 2023 foi Édson.
Pra fechar, fatos previsíveis que acabaram se confirmando.
Jaderzinho e Renanzinho formaram uma tremenda dupla. São péssimos pra cantar, mas literalmente arrasaram na Esplanada. Filho de tubarão, tubarãozinho é...
A chuva de picanha, fenômeno nunca na história registrado pela meteorologia nesse país, não aconteceu mesmo...
Continua morrendo gente de Covid. 90% dos óbitos corresponde a pessoas que não completaram o esquema de vacinação.
Quem tomou as sete doses só teve mesmo uma gripezinha.
E a bandeira não foi pintada de vermelho. É do Brasil!