O ZÉ ESTÁ VENDENDO A ALMA PRO DIABO
Zé é um cidadão às vésperas de completar os seus 70 anos de idade e que nunca viajou grandes distâncias de ônibus, quiçá de avião.
Já teve bom emprego, mas há mais de 40 anos, resolveu virar as costas para o Sistema. Parou de trabalhar formalmente, não tem movimentações bancárias e não dá a mínima para a ordem constituída. Também não constituiu patrimônio e é uma espécie de sanguessuga, ocupando parte do imóvel da família.
Solteirão, não conseguiu se harmonizar com mulher alguma porque tem dificuldades em abrir mãos de seus conceitos. Ainda que equivocados.
Contam-se que ao ser chamado a participar das questões da família, sempre se omite e quando instado a respeito não se avexa em dizer: “eles decidiram”.
É, e sempre foi muito controverso. Vai religiosamente a igrejas, mas não se vê, por parte dele, na prática, atitudes compatíveis. Pouco se disponibiliza a ser participativo e a ajudar as pessoas necessitadas.
Pode-se dizer que tem uma vida “vazia”: sem filhos, sem companheira, sem lastro. Leva a vida a “vampirizar” os mais próximos.
Associou-se a uma espécie de seita e a ela se apegou em corpo e espírito. Talvez para preencher o vazio desses 70 anos “vividos”.
Participa diariamente de manifestações revoltosas, fala em empunhar armas, viajou em caravana para Brasília e, porque não dizer, para o que der e vier.
Zé mané, vaquinha de presépio, massa de manobra. Sua “cegueira” não o deixa perceber que está “vendendo a alma para o diabo”.