1995 ou Quando ingressei na faculdade...
"Vais encontrar o mundo" disse meu pai, à porta do Ateneu. "Coragem para a luta."
Raul Pompeia, O Ateneu
Minha mãe, quando ingressei na faculdade (em 1997), me falou que esse novo nível de estudo mudaria minha forma de ver o mundo. Estou esperando isso até hoje... (Com efeito, só fui mudar minha cabeça ao final da faculdade. Quando precisei de redigir meu TCC sozinho. Porque tive de lidar com a escrita acadêmica e com o método científico...).
Na presente crônica eu imagino uma outra possível história para minha vida. Na qual eu frequento a Educação Básica desde 1984 até 1994. Com um mínimo de faltas e dedicado a aprender todas as lições. Inclusive as Ciências Exatas e da Natureza. E – o detalhe mais importante de toda essa crônica! – sem o menor medo de escola... ("Eu o assisto agora, W.", ouço uma voz masculina que parece vir do Firmamento... remete a Aubrey...)
Uma sensação estranha (um discreto friozinho na barriga, enquanto eu escrevo a presente) marca esse momento único. ("Aubrey?" "Continue, W."). É, com efeito, como se eu estivesse mesmo a viver essa subjetivíssima experiência... (Parte minha realmente o está fazendo; "Você está mesmo vivendo isso, W.", diria Danielle Negreiros). Então eu prossigo.
Cumprido (não sem os corriqueiros problemas de sempre) o decênio 84-94, 1995 marca minha entrada na Universidade Braz Cubas. Em Letras (ao invés de Publicidade e Propaganda). Na sequência, em Artes Visuais (a me formar em 2002). Acho que meu negócio sempre foi lecionar mesmo.
Mas eu revejo tudo. Não creio que teria sido melhor. Pois eu não teria conhecido Didi, Leonardo, Elias nem A Falecida. Talvez essas quatro pessoas tenham feito valer a pena esse tempo em que eu realmente vivi. (Mas eu devo revisitar essa crônica aqui. Porque ela traz uma alguns pontos em que eu posso desenvolver melhor minha observação sobre a vida alternativa em que eu passei a viver na presente crônica.)
Didi, Leonardo, Elias, Falecida: a Vossa amizade fez sentido a essa vida que eu realmente vivi.