CAMINHANDO NO LABIRINTO

Andei pelos corredores da tristeza e pelas calçadas da saudade como um ébrio desprezado, as lágrimas escorrendo livres e abundantes, o semblante pálido caído, o coração galopando num tropel desgovernado. As nuvens negras em revoada sobre mim, o nada subjugando meus pensamentos desencontrados, a vida rindo da dor que me assoberbava os dias. Foram caminhadas solitárias de abandono e indiferença, desamor e angústia.

Eu chorava pelos sombras, gritava alucinado para ser ouvido somente pelas paredes, portas e janelas, falava as amarguras para o espelho que me olhava em prantos, sentia o rosto molhado de tanto prantear todas as ausências e sorrisos perdidos, vozes que se foram, abraços que nunca mais receberei, carinhos que muita falta me fazem e já não mais terei.

Eu conversava de mim para comigo sem conter o choro, tendo pena de mim mesmo, clamando por um simples aceno, um olhar sorridente, ansiando que alguém, não importava quem, uma alma boa qualquer se sensibilizasse com a dor que se me passava n'alma. Mas de tudo por tudo sabia-me o único responsável e culpado pelo que estava passando. Sim, providenciei meu próprio deserto de infindáveis quilômetros pois sabia que precisava atravessa-lo, fazia parte integrante da colheita. Comigo, ao meu lado, a me consolar, o amor de Deus através de meu Senhor e Salvador Jesus Cristo, diante de quem meus joelhos dobraram, dobram e dobrarão porque só Ele é o meu refúgio, a minha alegria e a minha salvação eterna.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 06/01/2023
Reeditado em 06/01/2023
Código do texto: T7688543
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