O HOMEM DE MEIA-IDADE

 

 

 

ALGUÉM DEFINIU UM DIA O QUE É A MEIA-IDADE: É A ALTURA DA VIDA EM QUE O TRABALHO JÁ NÃO DÁ PRAZER E O PRAZER COMEÇA A DAR TRABALHO...

 

 

Tal como o adolescente, de forma fatalista, reflete sobre o seu objetivo de vida, o adulto de meia-idade também tem o mesmo género de interrogações.

Hoje é por volta dos quarenta e cinco anos que o homem se sente pior na sua pele.

Ganha consciência que na melhor das hipóteses está a dobrar o "cabo da boa esperança" e a partir dali o seu estado físico entrará em curva descendente. Aliás, se tivesse informação adequada, certificar-se-ia que a juventude já acabara aos trinta e seis anos e a terceira idade começará aos sessenta... Porca miséria !!!

Aos poucos, ele toma consciência que estará condenado a trabalhar cada vez mais para pagar as contas do dentista da família ou o empréstimo daquele carro com que sempre sonhara...

Cada vez tem menos paciência para aturar a mulher, também rezingona à conta da proximidade da menopausa e das adiposidades que ganhou por descuido de anos só a pensar nos outros.

Também se irrita com os adolescentes refilões e cheios de piercings e tatuagens que são os seus filhos, sempre exigindo cada vez mais.

Muda de canal quando vê na televisão o primeiro-ministro anunciar sorridente mais aumentos de impostos quando na semana anterior jurara de forma convicta que novos aumentos não aconteceriam tão cedo. Pinóquios!

Tem a plena sensação que já trabalhou bastante e no entanto não conseguiu adquirir segurança material, para mais com a crise instalada.

Então e as suas falhas sexuais? Já não é como foi em tempos... Bem tenta ir ao ginásio, malhando até ficar de rastos, encolhendo o estômago para chamar a atenção da morena escultural que evolui graciosamente na esteira... Mas nada, a idade começa a deixar marcas...

Lembrar a cada passo a sogra que está no lar em situação lastimosa, com a saúde a fugir em cada hora que passa, fá-lo pensar no futuro.

Que será dele um dia? Será que os familiares se vão preocupar com ele?

Esses pensamentos despertam-lhe uma grande angústia, dão-lhe pesadelos... Ah, o futuro...

 

É cruel chegar à meia-idade e ter pela frente tantas nuvens...

 

 

 

 

 

 

INTERAÇÕES

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Recebi esta brilhante interação concebida pelo ilustre poeta Jacó Filho, a qual me agradou sobremaneira.

Grato pela deferência, amigo poeta.

Visitem a sua escrivaninha.

 

 

 

DEPOIS DOS SESSENTA

 

Vi chegando a terceira idade,

Deteriorando os meus alicerces...

Pedi ao céu, saúde, felicidade...

E fui curtir a ultima quermesse...

Meus filhos vejo de longe;

Pra moças Eu sou um monge;

E pra mim, fragilidade...

Sexo dizendo, esquece,

Vi chegando a terceira idade,

Deteriorando os meus alicerces...

 

 

 

 

Recebi do poeta Alberto Valença Lima uma interação que abaixo plasmo. Visitem a sua escrivaninha.

 

 

ULTRAPASSANDO OS CEM (PoeDez)

 

 

Depois dos setenta

Pra quem tenta

Passa dos noventa

Termina os "enta"

 

Começa em cem

Vai muito além

E até mantém

 

Todo vigor

Vive o verdor

 

Dando amor!

 

 

 

 

Recebi do poeta Orpheu Leal uma bem humorada interação que abaixo plasmo. Visitem a sua escrivaninha.

 

O homem idoso não aprecia censura

Mas certamente já perdeu os dentes

E vai ter de usar uma dentadura

Essa é a firmeza do velho valente.

 

 

 

 

 

Ferreira Estêvão
Enviado por Ferreira Estêvão em 04/01/2023
Reeditado em 07/02/2023
Código do texto: T7686749
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