O QUE VOCÊ ESPERA DESTE NOVO GOVERNO?

 

   “Quem não concorda com os comunistas é chamado

          de capitalista e vice-versa.

   Alguém que não concorde com nenhum dos dois

         pontos de vista está começando a ficar ininteligível”

                                                                  (Alan Wats)

 

 

   E assim iniciou a minha noite:

   Retornando de viagem, e descendo na rodoviária da cidade em que moro, decidi tomar um taxi, o qual me levaria para casa. Entrei no automóvel, ao mesmo tempo em que cumprimentava o chofer, saudando-o com um educado "boa noite”, e fornecendo-lhe meu devido endereço. O carro era um modelo novo e híbrido, ou seja, com seu motor alimentado por combustão ou eletricidade. Elogiei o seu veículo quanto ao desempenho, seus movimentos, e, sobretudo, o silêncio a haver nele (tanto por fora quanto por dentro).

 

 

   No meio do trajeto, porém, eis que o motorista, como que a querer mudar o rumo da prosa, me perguntou (embora num tom de resposta a vir de sua parte):

   - O que você espera neste novo governo?!

   A data era primeiro de janeiro de 2023, dia em que já havia tomado posse para a Presidência da República o Sr. Luís Inácio Lula da Silva. Um período divido por ideologias e identificações políticas e partidárias (e, por isso, com constantes brigas e desentendimentos). 

   Pois então, percebi um tom de malícia a vir da “alma daquela pergunta”. Ao que reparei no interior do carro adesivos do candidato derrotado, o Sr. Jair Messias Bolsonaro. E deste modo pensei: Tentarei me policiar quanto à minha resposta, de forma a evitar um possível atrito. Defino-me como alguém que não abre mão do uso a razão, ao que com ela me busco amparar em tudo. Nestes tempos se é uma coisa que está difícil é conversar sobre política, considerando o alto grau de adoração, sobretudo, por parte de um conhecido grupo a um certo "nome". E naquela hora eu raciocinei: “uma tempestade está dando indícios que está chegando. Tenho que segurar firme o leme do barco”.

 

 

   Ao que eu o respondi:

   - Prefiro que você substitua o verbo “esperar” pelo verbo “querer” (ou mesmo “desejar"). E assim, a pergunta será:

- O que você deseja deste Governo? Ao que o responderei:

   - Eu quero que seja um bom governo, somente isto. Não espero “milagres”, porque não vejo em nenhum político um “salvador”. “Profetas” e "mensageiros de Deus" todos são durante suas campanhas, porém só depois é que vemos se foram “falsos” ou “verdadeiros” [profetas]. Esperar eu não espero nada de ninguém, meu amigo, ao que tenho para mim que se realmente desejas sua felicidade só você é quem deverá lutar para conquistá-la, e mais ninguém. A não ser que queiras viver iludido. Pois bem, eu quero, sim, que haja um bom governo, onde o Presidente e sua equipe venham a “fazer o dever de casa” direito. Mas, para isto é preciso união, e não dispersão. O Brasil é um país imenso e com problemas regionais peculiares, onde é impossível alguém governar sozinho, a querer ser um “autocrata” (ou mesmo um “tirano”). Sozinho ninguém consegue “tocar o barco” não, oh! meu caro. E querer ser inimigo dos outros dois Poderes (Legislativo e Judiciário), o Executivo ficará abandonado. E é onde melhor se compreende o conhecido ditado “a união faz a força”.

 

 

   E eis que finalmente cheguei ao meu destino, a minha casa. Desci do carro, agradeci ao chofer pelo serviço após tê-lo pago, e o desejei uma boa noite. Senti, infelizmente, que eu não o agradei no que disse. É como no que dizem certos psicólogos: “uma pessoa de ideias formadas resiste a qualquer outra, já que só a dele é que é 'a certa', ou uma verdade irrefutável”.

 

UM PEQUENO ESTUDO A NÍVEL GRAMATICAL

 

   Prestemos atenção nas frases abaixo:

“– O que você espera deste Governo?”

“– O que você espera neste Governo?”

“– O que você espera deste Governo?!”

   E então, você é capaz de notar alguma diferença?

 

 

   E eu, agora, respondo:

   A diferença está nos “pontos” que finalizam as frases: "interrogação” apenas, e “interrogação junto com exclamação”. Como também nos vocábulos “neste” e “deste”.

   Numa forma “audível” e, portanto, “pronunciada” pode-se perceber muito bem o sentido da pergunta, onde na primeira frase trata-se realmente de uma pergunta (com o fim de obter uma resposta) enquanto na outra forma (terminando com “?!”) se nota uma resposta pessoal (a tentar se esconder) no ato de perguntar.

 

 

   E o mesmo pode ser percebido na condição de responder, quando a frase ou termina com um “ponto final”, ou, então, com um "ponto de exclamação". E aqui eu anexarei os exemplos:

“- Eu quero e desejo um bom governo.”

“- Eu quero e desejo um bom governo!”

   Perceberam a diferença?

   Na primeira frase se expressa uma resposta convicta do que quer, enquanto na segunda [frase] dá-se a entender uma expressão duvidosa como a se afirmar [dentro dela]: “Tomara que dê certo” ou “seja lá o que Deus quiser”, naquela expressão que não inspira confiança nem esperança.

   E, na segunda frase, podemos dizer que talvez é o que mais se vê em nosso querido Brasil, levando-se em conta o fato de que já passamos por muitas decepções.

   Mas, finalizando, o “ponto de exclamação” faz toda a diferença no processo de qualquer frase, onde muitas vezes é possível sentir um “toque de uma figura de linguagem”, chamada “ironia”.

 

UM PEQUENO ESTUDO PSICOLÓGICO

 

 

   "Às vezes torcer contra alguém (ou algo) significa torcer contra si próprio", como já é dito. Pois bem, na minha opinião chega a ser até perverso o desejo em alguém de que o governo seja um fracasso. E a verdade é que isto pode muito bem ser notado na maneira como muitos colocam nas rodas de conversa e, principalmente, no que se postam (com muita frequência) nas redes sociais, onde muitos “vomitam” suas revoltas só porque o candidato deles perdeu a eleição.

   Tomei a iniciativa de dizer “perverso” apoiando-me da tríplice divisão de personalidade apresentada pela Psicologia: “neurótico”, “psicótico” e “perverso”.

 

 

   Meu prezado leitor, querer o mal para alguém é ser “mau”, isto é, perverso (dentro da ótica da Psicologia).

   Darei um exemplo aqui:

   Na década de 60 havia uma “corrida espacial” onde se confrontavam os EUA e a URSS para saber quem iria para o espaço primeiro, como também quem iria colocar primeiro os pés na lua. No que se refere à primeira viagem espacial tripulada a URSS venceu a "parada", com Yuri Gagarin. E com relação à lua foram os americanos.

 

 

    Mas, agora eu tenho certeza de que alguém irá me perguntar:

   - O que isto tem a ver com o assunto principal?

   Ao que o responderei:

   - Meu amigo, houve vários perigos a que foram expostos os astronautas nesta "brincadeira toda", sendo que alguns até morreram. E nesta hora, eu tomo a liberdade de dizer que num “vale tudo” e sem ética e sem limites, com certeza os dois países estavam torcendo para o fracasso [cada qual] do outro, mesmo que isto custasse a vida dos astronautas do país rival.

   E é onde eu quero chegar, meu caro, a dizer ser perverso em desejar o mal para alguém. Sendo assim, raciocinemos: desejar o fracasso do governo é o mesmo que torcer contra nós mesmos, sabendo que nesta “nave espacial” chamada Brasil os astronautas somos nós, os anônimos e verdadeiros lutadores do pais enquanto que os que se acham aqui na Terra ( na “NASA”) são os políticos (que ficam no conforto dos Congressos com todas suas mordomias).

   E então, como eu sempre me apoio na inteligência, eu digo que não irei torcer contra o Brasil (considerando que eu nunca torci contra). E por quê? Porque é país onde [nele] eu vivo. E agora eu pergunto a ti: precisas ainda de outra justificativa?

   Não sou do tipo daqueles que na Copa torcem contra a própria Seleção só porque o técnico não convocou o ídolo de meu time de coração. Há quem seja assim, mas não é o meu caso.

   E seria eu um criminoso (pelo menos na intenção), caso eu fosse um médico e desejasse a morte de um antigo paciente o qual antes cuidava, mas que ele decidiu me trocar por outro profissional. E nem iria torcer para o fracasso do casamento de alguém só porque me trocou por outro.

 

 

   Ah! Não sou “desta forma”, não. Não é de minha natureza torcer contra. Ou eu torço a favor ou, então, deixo p’ra lá.

   Resumindo: eu quero que seja um bom governo porque eu vivo neste país (conforme disse), e assim irei fazer, diferente de muitos que em sua insensatez desejam o fracasso do novo governo.

   Meu amigo, desculpe-me no que eu irei agora dizer, mas você só tem a lucrar se apoiar (como eu) pela inteligência. Use-a (se tiver)!

 

 

   Post Scriptum:

 

   Tentei fazer este texto o mais simples possível, de forma que um certo grupo (em particular) fosse capaz de compreender minha mensagem. E, assim, tentei simplificá-lo respeitando a capacidade de entendimento destes os quais percebo uma certa dificuldade de enxergar muitos fatos, ou mesmo de tomar suas decisões. No mais, agradeço.

 

 

03/01/2023

 

IMAGENS: INTERNET

 

 

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 03/01/2023
Reeditado em 03/01/2023
Código do texto: T7685712
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