Ronaldo e Seu Pintinho Marronzinho

Por Nemilson Vieira de Morais (*)

"Falam que os bichos são irracionais: nunca foram." — Ronaldo

Um colega, o apelidou de Lobisome, mas, prefiro aqui, o tratar por Ronaldo (seu nome certo). Nasceu em 1970. Em outubro deste ano corrente, completará 53 anos de vida. Fuma e bebe desde os 13 anos.

Consome de 1 a 3 corotes de cachaça de 500ml, e fuma em media um maço de cigarros, diariamente. 5 dias é o tempo que dura a ele, um pacotinho de fumo sabiá de 22 gramas.

Muitos fumantes, se dão ao vício, pelos cigarros de palha e fumo que fazem; para afugentar os mosquitos (nas lidas de roças, pescarias, caçadas).

Hoje similarmente parte da mocidade usa bastante o conhecido "paiol" (também de palha e fumo). Dão-se ao vício, mais por uma curiosidade da idade; ser aceito ao grupo que deseja estar inserido.

Perguntado sobre seu hábito de beber e fumar, se lhe prejudica muito (em termos de saúde), respondeu de pronto que não.

Ronaldo já tentou abandonar o hábito por 5 vezes, mas pela pouca resistência nas crises de abstinências, volta à rotina de sempre. — O máximo que conseguiu ficar sem o uso de tais subsistências, foram 3 dias e desistiu por enquanto, de novas tentativas nesse sentido.

Se mudou com os pais do Alto Vera Cruz (região sul da capital) ainda bebê, para o Céu Azul, zona norte de Belo Horizonte, onde morou por 43 anos.

Já residiu por 1 ano e três meses na cidade de Florestal (MG). Em 2009 transferiu residência para o Luar da Pampulha (Rib. Das Neves), onde vive com Nilza, a esposa. Com quem teve quatro filhos (Bruno, Camila, Gabriela e Brenda).

Quando estudava na Escola Adalto Lúcio Cardoso, Dona Nair (in memoriam) sua professora (numa aula), disse à turma que os bichos não pensam como nós, os humanos (São irracionais)... Isso deixou Ronaldo bastante inculcado... não podia acreditar no que ouviu.

... E tentou mostrar na prática à ela e aos colegas, o contrário.

Uma das galinhas que sua mãe criava tirou uma ninhada de pintinhos e deu a ele alguns.

Os bichinhos cresciam, dava gosto de ver; mas, ariscos que nem só...

Era a oportunidade que Ronaldo precisava para defender a sua primeira tese de estudante.

Com a esperteza de garoto conseguiu capturar um pintinho daqueles, na tentativa de mostrar a professora o quanto estava errada na sua fala.

Preso numa gaiola, com a falta da mãe, dos irmãos, do seu ambiente o pintinho ia piando pelo caminho da escola.

Dona Nair adentrou-se à sala para expor mais uma daula. Cumprimentou coletivamente os alunos, pôs sobre a mesa alguns materiais didáticos, assentou-se e fez a chamada sem muita pressa.

Chamada feita, o menino Ronaldo entrou em cena...

— Professora, outro dia, numa aula a senhora disse pra nois que os animais são irracionais. Não foi? — Isso mesmo Ronaldo!

... O menino foi atrás da porta, retirou da gaiola o pintinho e o colocou em cima da mesa a dizer: tente pegá-lo!

Quando a professora fez mensão a isso, o pintinho pulou fora numa velocidade... e corria pela sala, pelas carteiras... ela não conseguiu o feito. Ronaldo o recantiou e o agarrou pondo-o de volta à gaiola.

Pois não é que, na ameaça de ser pego, e pelo medo que teve, o pintinho pensou exatamente como qualquer um de nós pensaria!!

Se não pensasse igual a gente, não havia corrido tanto...

*Nemilson Vieira de Morais,

Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.

(31:12:22)

Nemilson Vieira de Morais
Enviado por Nemilson Vieira de Morais em 02/01/2023
Reeditado em 09/01/2023
Código do texto: T7684986
Classificação de conteúdo: seguro