MORRE O MAIOR INTELECTUAL DA IGREJA CATÓLICA DE TODOS OS TEMPOS.

A Igreja Católica se despede de seu Papa Emérito, Bento XVI, que morreu no Mosteiro Mater Ecclesiae, situado nos Jardins do Vaticano.

Arcebispo de München e Freising, elegeu como bandeira eclesial o lema “Colaborador da verdade”.

“Escolhi este lema porque, no mundo atual, omite-se quase totalmente o tema da verdade, parecendo algo demasiado grande para o homem; e, todavia, tudo se desmorona se falta a verdade”, afirmou em seu discurso.

“Encontro-me diante do último trecho do percurso da minha vida e não sei o que me espera. Disse Bento XVI então. Contudo, sei que a luz de Deus está presente, que Ele ressuscitou, que a sua luz é mais forte do que toda a obscuridade; que a bondade de Deus é maior do que todo o mal deste mundo. E isto ajuda-me a prosseguir com segurança. Isto ajuda-nos a ir em frente e neste momento agradeço de coração a quantos me fazem ouvir continuamente o «sim» de Deus através da sua fé.”

Surpreendente para o mundo católico, para mim recolho como cristão, SEM SURPRESAS. o "NÃO SEI O QUE ME ESPERA",

Universalizado o temor santo da morte, temor sadio, pois ungido pela fé.

Na dicção de um dos mais expressivos líderes espirituais do mundo, surpreende a antítese, "não sei o que me espera", mas creio nas passagens bíblicas a nós chegadas.

Essa a singularidade do fato, que antes de beneficiar a extinção da personalidade para quem medita sobre o ascensional e indaga, sustentado pela fé, imaterial, traz e forma exclamação inusitada sem a devida interpretação necessária.

Nasceu uma nova nomenclatura institucional criada pelo Cardeal Ratzinger, com sua corajosa atitude de renúncia; Papa Emérito, o Papa mais eminente em termos de intelectualidade.

A surpresa exclamativa justifica-se. Quem somos nós com todos os pecados históricos da igreja enunciados, diante de um papa de extraordinária performance na construção das letras sacras e sociais?

Fica um travo que seca a garganta e faz muda qualquer interrogação para justificar o injustificável. O ministério do exemplo não quer barreiras.

Destaque-se o apelo de Jesus de Nazaré ao seu Pai para justificar, e esmorecer um pouco diante da afirmação. Temor das sombras, do desconhecido? Não, ansiedade de Ratzinger de habitar a Casa da Fé, e conhecê-la. Aquele que era um dos mais eminentes Vigários de Cristo.

Temos também a aflição, o TEMOR DO CRISTO sofrido, pendendo da Cruz, diante da morte iminente: "ABBA (pai), por que me abandonaste? " Mas Ele era Filho e conhecedor do Pai pela Trindade. E questionou na hora da partida...

Devemos olhar a vida – sagrada- o maior bem do qual decorrem todos os outros, diante da inexorável extinção que virá; refletiu o Papa Francisco recentemente. Por variados meios se chega ao entendimento, à compreensão. Isso, esse enfoque traz nova visão, dimensionamento maior de como se deve proceder e agir, enquanto estamos vivos. NADA DE NOVO PARA OS HOMENS DE BEM, QUE LABORAM O MELHOR PARA SEUS PRÓXIMOS.

Os Apêndices listados soam como obviedade, viver na caridade, na irmandade, na solidariedade, etc.

E o que diz, ao que exorta, nenhum ser de mediana inteligência desconhece, MAS É O PAPA. Sempre bom repetir como devem ser as condutas, para merecer as PROMESSAS DO CRISTO.

O que chega com extraordinária diversificação, E ENTÃO SURPREENDE, é a manifestação de Ratzinger, o Papa Emérito, o grande intelectual católico referido por Papa Francisco, sic:

“Papa emérito Bento XVI disse nesses dias atrás, falando de si mesmo, que ele está diante da porta sombria da morte. É bonito agradecer ao Papa por ter essa lucidez aos 95 anos de dizer que está diante da porta sombria da morte.”

Todos nós, homens, Papas ou não, Homem como foi Jesus de Nazaré, nada sabemos ou conhecemos dessa porta, só sabemos que um dia ela se abre e por ela vamos embora. PARA ONDE?

O Papa emérito nos diz que não se sabe ao pé da letra, uma porta sombria, sombras não possibilitam visibilidade. Figura de retórica? Só isso? Não, a significação é extremada.

Há autoridade de quem deve por força da existência culminada com o Papado estar acreditado que não existem sombras, que elas são supridas pela fé. DIVULGAR ESSA CERTEZA. Ao contrária de sombras, luzes.

Nós, frágeis seres, buscadores e questionadores, em que plano estaríamos nesses interrogativos?

"É apenas através da fé na ressurreição que podemos olhar para o abismo da morte sem nos deixarmos dominar pelo medo. Não só: mas também podemos atribuir à morte um papel positivo", disse Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira.

Lucrecio, poeta romano, desafiou a lógica onde ela não existe, sic: “Religiões e deuses foram criados por temor à morte”.

Qual o maior bem que temos? A vida, responde-se. Por isso se aspira UMA VIDA ETERNA, PELA PAZ CELESTIAL.

Só nos esquecemos que a morte, a finitude da infinitude, é realidade, pois a segunda do TODO EXISTENTE, já trará a paz, pois não mais existirá, doença, sofrimento e morte.

Francisco nos remete a um bom desfecho diante dessa singularidade manifestada por Ratzinger: "procuramos de todas as maneiras banir o pensamento da nossa finitude, iludindo-nos em pensar que podemos retirar o poder da morte e afastar o temor. A fé cristã não é uma forma de exorcizar o medo da morte, pelo contrário, nos ajuda a enfrentá-la."

E como enfrentar? Ensina Bento XVI, sic :

« a caridade é a via mestra da doutrina social da Igreja » Este dom sobrenatural, que é « a força propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira » impele os cristãos a comprometer-se ativamente no cuidado aos mais vulneráveis, de tal modo que, unindo os seus esforços aos dos outros homens e mulheres de boa vontade, possam ajudar a encontrar uma solução para a situação miserável em que vivem."

Esse o trânsito para nada temer, viver uma vida reconhecendo no próximo um irmão, com mais atenção para os vulneráveis.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 31/12/2022
Reeditado em 01/01/2023
Código do texto: T7683918
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