O QUE NOS É LÍCITO
“E aconteceu que Jesus, num dia de sábado, passava pelos campos de trigo. Seus discípulos começaram abrir caminho [...]. Então os fariseus disseram: Como é que fazem ao sábado o que não é lícito?” Jesus lhes respondeu: Vocês nunca leram o que diz Davi quando estava necessitado e sentiu fome [...] (Mc 2, 23-25)”.
Para nós que vivemos em pleno século XXI, o que não nos é lícito? Seria trabalhar no sábado (para algumas denominações religiosas), ou no domingo, em um dia santo (para os católicos)? Seria cometermos um pecado grave perante o Senhor? Este relato de Marcos, o que ele quer nos dizer? Diante de tantas informações que recebemos diariamente, a tecnologia cada vez mais evoluindo é salutar imaginarmos que a mensagem contida neste capítulo e versículos tem um recado que nos convida para uma reflexão. Entendemos que não adianta preservarmos datas especiais se não a vivenciamos de coração. Quantas vezes refletimos o real sentido do Natal, da Páscoa, do nosso aniversário? Nos parece que estas datas são simples comemorações festivas do que realmente elas deveriam representar para nós, considerados cristãos. Deus deseja de nós uma vivência fraterna e espiritual e não apenas um cumprir de data nos cânones religiosos. De nada adianta sermos fiéis à calendários litúrgicos se não somos fiéis a quem nos criou? Ele deseja de nós uma cumplicidade criador/criatura. Neste recado, Jesus quer nos alertar para uma vivência mais íntima com Deus, não aquele dos altares, mas sim, o que está dentro de cada Ser. O Deus vivo, esta fagulha divina que nos dá a vida, a capacidade de nos amar, nos perdoar, amar o próximo, perdoar e respeitar o diferente. Se estes sentimentos não fazem parte do nosso dia-dia, de nada adianta preservarmos o sábado, domingo ou dia santo, pois “ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como um bronze que soa, ou um címbalo que tine”. Não sejamos fariseus, vivamos nossa fé em plenitude independente de nossa opção religiosa, sejamos autênticos conosco e com o Nosso Criador, pois é somente esta atitude que ele deseja de cada um de seus filhos. Quanto à preservação do sábado, domingo ou dia santo, cabe a cada um de nós sermos coerentes com nossa fé. Já pensamos em quantas vezes somos incoerentes? O deus capital nos impõe regras, as vezes difíceis de serem cumpridas. Hoje vê-se muitas empresas funcionando sete dias da semana, no entanto alguns de seus donos se dizem cristãos, tementes a Deus e onde entra Marcos 2, 23-25? Seria ilícito guardar estes dias especiais em nome do lucro? Ou somos todos fariseus em busca do que melhor nos interessa? Fé sem racionalidade torna-se uma fé cega e se assim agimos, somos presas fáceis para possíveis manipulações, afinal: “Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com uma vasilha ou a coloca embaixo da cama, mas a coloca no candeeiro para que os que entram vejam a luz. Porque não há nada de oculto que não venha a ser revelado, e não há nada de escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz do dia” (Lc 8, 16 – 17).
Que este ano que se inicia sejamos mais autênticos em nossas ações, deixemos de lado nossas diferenças e saibamos conviver com aqueles que pensam diferentes de nós, respeitando o outro e a si mesmo. Sejamos mais humildes, mais pé no chão, nos amemos mais e o próximo. Vamos todos criar uma egrégora de paz e luz, com pensamentos positivos e rogando ao Nosso Pai Maior para que no nosso planeta azul seja exterminada a guerra independente por quem fora provocada e sancionada. Deus criou o universo para nascermos, crescermos e progredirmos e vivermos em paz, esta é a máxima de todas as religiões, do contrário não teria sentido a nossa existência. Somos espíritos vivenciando uma experiência humana, criados à imagem e semelhança de Deus, portanto carregamos em nosso DNA a sua essência. Em nossos momentos de oração, meditação elevamos o nome de nossos governantes rogando ao Nosso Pai Maior para que eles possam gerir este planeta em harmonia, amor, fraternidade entre os povos. Que a guerra seja sinônimo do passado. Que possamos alcançar o nosso Nirvana. Feliz e abençoado novo ano a cada 365 dias que surgirão em nossa caminhada. Namastê
Valmir Vilmar de Sousa (Vevê) 31/12/22