Esperança

 

 

A terra amanheceu molhada e o mato está tão verdinho! Restaram alguns galhos ressecados ainda, ressaqueados pela seca, essa seca que esturrica o chão agora coberto pela esperança.. e os ventos rodopiando, balançam o topo das árvores, que intentam tocar as nuvens, assim contrastam a aconchegante paisagem ao fundo, das serras que para elas, basta as primeiras chuvas que se tornam verdes em todos os tons, há ramos carregados de flores silvestres de cores diferenciadas que enfeitam os caminhos, e sobem as cercas, os ipês se destacam, e amarelam o azul do firmamento, escondem os canarinhos, feito a minha alma escondendo um amor, se jogando nessa viagem que me leva à estrada e aos meus pensamentos, e vou.

 

Vou

 

parando, para um café, à beira da estrada... parando, só para ouvir melhor o barulho das fontes, vou mirando as águas que incessantemente vão banhando as pedras, de riacho em riacho atravessando arvoredos, águas cegas que vão ao seus destinos, ora sol, ora neblina, gotas preciosas que deixam o orvalho refrescar fundo na alma,  numa sensação indescritível que invade os sentimentos, nessa forma abstrata, a dança dos ventos vem movendo a plantação, saúdam a minha chegada, atenta, o meu olhar adentra as folhagens, sigo viagem ganhando o abraço dos ventos, as aves ficam brincando de voar assim constroem seus ninhos, e cantam cantam. A vida nesse paraíso carrega a alma que dança, dança... para todos os lados, alma entrega os seus sonhos à vida, com e sem  segredos, no suave discorrer dos dias, as letras de amor vão fluindo, acariciando o destino incerto,  escrito com as gotas de lágrimas à se apagarem, trocadas pela alegria, viver não é se consumir, não é só despertar dos sonhos ainda mais feliz, é saber alimentar as fantasias.


Troco as velhas sensações do meu coração, assim... no lugar do medo, ponho a fé. No lugar do egoísmo, ponho a humanidade, a caridade. Retiro do peito a ambição, evito a discórdia, o ódio, o orgulho, viver é tão mais simples,  ser humilde, ir suavemente, faz tanto bem! Conservo dentro de mim, o perdão. Sinto outras emoções, ser bom, faz menos pesados os nossos fardos. Semear o amor, a paz, a compreensão, pois viver é um eterno aprendizado. Serei feliz por mais um ano inteiro, de dezembro a dezembro, a vida é um eterno carnaval em março ou fevereiro...

 

Tem desejos que não desistem de nós, nem desistimos deles, a alma não abraça as dores, nem se trancafia num quarto, os sonhos precisam voar, na espera pelas noites, onde aprendi a sonhar, sem ser anjo, apenas humano,  secando as lágrimas daqueles que sofrem, pelo menos daqueles que estão ao seu alcance, se não podemos mudar o mundo, nos moldemos a ele, sem desenganos.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 30/12/2022
Código do texto: T7683036
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.