Confissões Da Meia-Noite - Vazio
É tão difícil olhar nos olhos de quem amamos e dizer adeus. É como se sentenciássemos nosso coração a um pesadelo, cada vez que pronunciamos essa palavra à outra pessoa. Como se aqueles olhos levassem os nossos olhos, a nossa boca, e todo o resto do corpo, junto de si. Fica só a sensação de um nó na garganta, um oco no estômago e de uma atmosfera rarefeita! Eu disse para ele que era só um enjoo, só uma tontura pela falta de circulação de ar no cômodo... mas, não foi... Foi o meu corpo reagindo ao adeus. Foi o meu corpo reagindo a morte de nós. Quanto me foi doloroso ter que girar as chaves e só te ver partir...
Tranquei a porta novamente, e despenquei. Dessa vez eu não chorei de soluçar, mas as lágrimas rolaram sem que eu as contivesse... E vão rolar ainda por um bom tempo... Eu sei. Fiquei ali sentada no chão, escorada na porta, encarando aquela sentença: a cadeira em que você estava, poucos minutos antes, agora, vazia. O espaço que a tua presença ocupava: vazio. E eu só conseguia pensar em pedir para minha amada Deusa, "mantenha ele a salvo de todo mal, proteja-o." O que mais podemos pedir por quem amamos? Principalmente quando já estão distantes demais dos nossos braços... E sentir a falta de quando ocupavam aquele espaço... Que agora é só vazio.