P a r d o n
QUANDO chega a reta final do ano sempre reflito sobre minha acanhada vida, sobretudo me arrependendo dos meus atos falhos, grossuras, erros, pecados… Compreendo que mão basta reconhecer os erros, mas tentar ir além e pedir perdão. Peço, até em francês: Pardon. Basta? Não, preciso me corrigir porque mesmo adentrado nos anos (velho) ainda sou meio rancoroso. Não em demasia, mas guardo rancor. Não chego ao ódio, graças a Deus.
Assim, no que tange a este Recanto, peço Pardon a todos quantos de alguma forma se sentiram atingidos por algum ato de rancor ou grossura de minha parte. Foi mal, desculpem. Sei que o perdão de vocês não me redime, mas me alivia.
Vou só caderno de citações e leio o que escreveu Madame Setchine: “A força que tiramos do rancor e da irritação é apenas fraqueza”. Nietzche: “Evite sentimentos corrosivos como o rancor, a raiva é as mágoas, que nos tiram noites de sono e em nada afetam as pessoas responsáveis por causá-los”.
Vou tentar evitar o rancor, os sentimentos menores. Não vou renunciar às minhas ideias, mas defendê-las com ternura, afinal foi o que aconselhou o Che: “É preciso endurecer mas sem perder a ternura jamais”.
Vida que segue. William Porto. Intê.