FELIZ ANO NOVO NO CANTO DO PAPAGAIO

Os anos passam e as mesmas promessas são feitas, por nós, a nós mesmos. Melhorar a alimentação, trabalhar mais, trabalhar menos, dar mais atenção a nós ou aos outros, cuidar das dores internas e externas, viver mais feliz, ou apenas começar a viver.

Na verdade, tudo passa por esse autoincentivo, que da mesma forma que dizemos que começaremos a dieta na próxima segunda-feira e protelamos eternamente, nosso ano novo torna-se apenas a repetição de nossos atos antigos. O mundo gira de acordo com nossos passos, estamos mais velhos e na maioria das vezes, mais chatos que o habitual. Algo que não facilita nada e deixa o mundo chato também.

O fim de ano cheio de festas traz consigo boletos e prestações que acabarão no próximo final de ano. Normal e necessário... Talvez. Festas curtas ou demoradas que servem para extravasar ou apenas para pular ondinhas junto a famílias numerosas, de poucos integrantes ou em casal. Na praia, serra ou em casa. Simples, cada um faça sua escolha, ou talvez não tenha o que escolher. O fato é que o que muda mesmo, são as pessoas que estavam e que estarão ao seu lado. Mudanças por separação de corpos, outras por não estarem mais aqui e outras por qualquer outra opção.

O que há de diferente além dos cabelos brancos e o tio do pavê?

As promessas continuam o ano inteiro, diferentes das que fazemos no show da virada, mas continuam. Os pedidos para suas crenças ou não, são as mesmas do ano anterior e as respostas que precisamos seguem opostas às nossas perguntas.

Nada disso escrevo por pessimismo ou tristeza, bem pelo contrário, são fatos constantes que se soubermos administrar, o próximo ano será melhor. Sim, seria mais fácil se fizéssemos mais do que pensamos, se trabalhássemos os desvios anteriores como aprendizagem, e aí, talvez, e só talvez, algo seria modificado no ano que está por vir.

Particularmente, eu espero que minhas costas tenham piedade e parem de doer, isso eu pedirei a seja lá quem estiver ouvindo, será minha única exclamação para o universo. Sim, já fui ao médico, mais de um. Já fiz exames, todos os possíveis. Fisioterapia? Com profissionais e em casa, diariamente. Alongamentos? Necessário, sem eles não saio de casa. Esse bico de papagaio canta mais que o galo, é uma serenata noturna que não me deixa dormir.

A conclusão de tudo isso é simples, “adeus ano velho, feliz ano novo”, fica apenas na canção, o ano novo começa igual ao que termina, não há borracha do esquecimento. Façamos melhor, se formos competentes, do contrário, será apenas continuação dos anos anteriores que parecem nunca ter acabado.