A LAMENTÁVEL MANIA DE MUITOS EM QUERER “DIVINIZAR” CERTAS PESSOAS
“Todos deviam ser respeitados como indivíduos,
mas ninguém devia ser idolatrado”
(Albert Einstein)
Passando por estes dias pela Avenida Presidente Vargas (no Rio de Janeiro), mais precisamente ao lado da Estação Central do Brasil, e vindo de Niterói, já de longe era possível avistar uma multidão de pessoas com bandeiras do Brasil e com suas camisetas amarelas. Era tempo de Copa do Mundo, porém não era dia de jogo da “seleção canarinho”.
Ao que eu concluía se tratar, na verdade, de manifestantes bolsonaristas, daqueles mesmos que em todo o país protestavam contra o resultado da eleição a que deu sua vitória ao candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva.
E ainda neste mês de dezembro, numa matéria a qual se destacava na capa de um confiável site, confesso que fiquei impressionado ou, como se diz, “de queixo caído” no que tinha acabado de ler, onde nela foi mostrado que muitos apoiadores do [ainda então] Chefe do Poder Executivo não se conformavam com o seu silêncio diante de seus gritos em favor dele.
Tratava-se de uma mensagem ao Presidente endereçada (por meios eletrônicos), onde nela era pedido uma posição mais dura de sua parte, e implorando, portanto, pela sua intervenção em favor deles mesmos, como também a sua proteção. Anexarei aqui alguns trechos no que foi divulgado:
* “A polícia está jogando bomba no povo de bem. Faz alguma coisa pelo amor de Deus”.
* “Estão armando pra cima do povo, e o senhor, com todo respeito, vai se acovardar? Tenha coragem!”.
Bom, mas o que mais me chamou a atenção foi o que estava escrito em outra mensagem: “Meu querido Presidente Jair Messias Bolsonaro, não deixe os nossos irmãos (as) brasileiros serem agredidos, presos e até morrendo por um Brasil melhor, confiando no senhor. Abaixo de Deus, você é a nossa única esperança”.
Pois bem, é aonde eu quero chegar! Não me limitarei a falar a respeito propriamente de política ou do Presidente Bolsonaro. O meu foco aqui será outro: no que o ser humano tem uma tendência de querer “endeusar pessoas". Estarei me amparando a partir da ótica fornecida pela Psicologia, como também farei uma “atualização” de certas passagens bíblicas ao atual contexto em que estamos vivendo.
Começo agora fazendo uma pergunta:
- Por que nos apaixonamos?
Ou, então, a pergunta melhor seria:
- Que tendência é esta a que temos em querer “divinizar” certas pessoas?
A resposta?
- Porque temos “necessidade de alguém", e queremos [dele] o seu amparo.
Tudo bem que quando falamos a respeito de “paixão” a primeira coisa que nos vem à cabeça é a do “amor entre duas pessoas”. Contudo, existem também outras formas em que a “paixão” se aplica e, infelizmente, a se transformar em um “neurótico credo": o “endeusamento” de líderes políticos, sendo estes geralmente carismáticos, a transmitirem uma forte imagem que venha a agradar e, portanto, a convencer milhares (ou mesmo milhões). E é onde entra o perigoso quadro do “fanatismo” e da "idolatria".
Estimado (a) leitor (a), os tempos mudam, todavia não muda a “consciência”, no que a história constantemente se repete, mas com outros personagens e cenários. Não podemos nos deixar levar ao pé da letra o que está escrito na Bíblia, mas precisamos (e seria muito bom que se fizesse) aplicar o que foi ensinado pelas palavras e mensagens ditas naquele tempo. Considerando que a Bíblia utiliza muito uma linguagem metafórica e, portanto, figurada.
No livro de Êxodo é advertido: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3). E numa das cartas de São João se lê: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 João 5:21). Ao que também se lê no Livro do Levítico: “Não fareis para vós ídolos, nem vos levantareis imagem de escultura nem estátua, nem poreis figura de pedra na terra, para inclinar-vos a ela: porque Eu sou o Senhor vosso Deus” (Levítico 26:1).
E então, diante daquelas palavras às quais sublinhei, “abaixo de Deus, você é a nossa única esperança”, como você observa isto?
Pois bem, é com grande lamentação que eu, particularmente, assim me coloco no que li e vejo no que se transformaram tantos brasileiros, isto é, em “psicóticos idólatras” ao nome que eles até o denominam de “mito”. Oh! Que ninguém venha achar que estou me divertindo com isto. Este estado mental em que milhares de pessoas se encontram é mais grave do que muitos imaginam, a precisar, dependendo da condição, inclusive de tratamento profissional. Não nenhuma graça!
Meu amigo (minha amiga), tais pessoas não estão com seus “pés no chão”. Colocar a esperança (conforme foi a devida palavra naquela mensagem) é ser irracional ao extremo. A mesma estória já se repetiu em outros períodos da História. E um bom [ou melhor] exemplo se deu na Alemanha nazista. E todo mundo sabe qual foi o final daquela estória/história! Ah! E eis que neste instante eu me lembrei de outro versículo do Antigo Testamento: “Maldito o homem que confia no homem” (Jeremias 17:5).
E nesta hora alguém me dirá:
- Você já falou sobre isto, será que não está sendo por demais repetitivo?
Ao que o responderei:
- Eu sei que já falei, mas é justamente em função desta constância do que está havendo no pais é que eu “bato na mesmo tecla”, e, sobretudo, tomado pelo desejo de tirar muitos desta “roubada” a qual se chama “fanatismo político”.
Quando estava passando pela Estação Central do Brasil, eu não podia deixar de perceber os olhares daqueles manifestantes, os quais pareciam atordoados, ou mesmo a estarem sob o efeito de alguma droga alucinógena qualquer (como daqueles que se veem na cracolância, em São Paulo).
E, para não me prolongar mais, deixarei [aqui] algumas perguntas:
* No que foi lido da frase “abaixo de Deus, você é a nossa única esperança”, como você analisa isto?
* E então, você se encontra nesta condição psicótica?
* Em sua casa (em sua família) ou no seu ambiente de trabalho há quem esteja “assim”?
* Como está a convivência com tais pessoas? Está sendo fácil conversar com elas ou está tendo uma “barreira”?
* Você já perdeu amigos ou familiares por causa desta “idolatria política” à qual aderiram?
* Caso tente “abrir os olhos” de tais pessoas, como elas reagem? São flexíveis em aceitar a sua opinião ou se fecham para ti? Ou partem para a agressividade (verbal ou, mesmo, física)?
Pois bem, tomo aqui a liberdade de dizer qual é a minha conclusão a respeito daquela expressão “abaixo de Deus, você é a nossa única esperança”:
Tais indivíduos enxergam na pessoa do [ainda então] Presidente da República "o salvador" delas. Isso mesmo: da "divina imagem" que esculpiram nele, mesmo com toda a sua indiferença quanto às nossas vidas, a qual demonstrou durante todo o período da pandemia da COVID-19, com seu negacionismo ante à mesma (que ceifou tantas vidas!), e seus deboches e falta de empatia para com o sofrimento de muitos brasileiros.
Meu prezado leitor (a), Deus para mim é sinônimo de "vida" (e jamais de morte). E é neste Deus da vida que eu confio e coloco Nele a minha esperança. O resto são ídolos que não vale a pena amá-los!
Oh! Um fato interessante é que os evangélicos (que não aprovam a chamada "idolatria) adoram o nome do Sr. Jair Messias Bolsonaro! Não parece ser uma contradição de atitude? Ah! Deixa quieto!
SÓ P'RA TERMINAR:
Quero aqui deixar claro que não pertenço a nenhuma denominação religiosa. Respeito a todas, mas não sou “apegado” a nenhuma. Pratico a minha fé de forma sensata e flexível, evitando, portanto, qualquer tipo de fundamentalismo. E sou apenas um “buscador da Verdade”. A Verdade é o que mais me importa, e só. Até porque eu acredtio que Deus é a Verdade.
E com relação à minha posição política eu direi [aqui] que em 2018 em votei no candidato Jair Bolsonaro (sem ser “bolsonarista”), assim como [por duas vezes e em outros períodos] eu já cheguei a votar no candidato do PT, o Lula (sem ser “lulista”). Os termos “bolsonarismo” e “lulismo” (a surgir, portanto, com eles os termos "bolsonarista" e "lulista") vieram com o tempo. Só para fechar a questão!
Gostaria que todos soubessem que não sou comunista, socialista, fascista, recepcionista, masoquista, consumista, exibicionista, pensionista, nascisista, avalista (ou qualquer outro “ista” que exista), ao que tento ser somente um amador cronista. E se eu incomodo alguém (no que escrevo) eu digo agora que ninguém é obrigado a me ler. É isso aí, vou ficando por aqui!
E só p’ra concluir eu quero deixar [aqui]:
Não idolatre ninguém, não faça de ninguém um deus. Ninguém merece ser “divinizado”. Não se apaixone por nenhum líder carismático político. Ou melhor, não se apaixone cegamente por ninguém. Digo isto para o seu bem, até mesmo para que não venha ter uma decepção com quem você acredita ser “um deus”. Siga a dica daquela música: “Se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo. Quem acredita sempre alcança” (Música "Mais Uma Vez", composta por Flávio Venturini e Renato Russo)
IMAGENS: INTERNET
MÚSICA: “MAIS UMA VEZ” – Com Renato Russo