O TEMPO, AS VELHAS — GOYA (1808/12)

O TEMPO, AS VELHAS — GOYA (1808/12)

DA ESCÓCIA do século XI para o Brasil do século XXI, a tragédia de Macbeth e de Lady Macbeth, cruel, mordaz, traiçoeira, charlatã e ardilosa, se repete em lares de famílias das mais diversas classes sociais. Dos barracos nos buracos negros das favelas, aos edifícios cinco estrelas da especulação imobiliária. Os reis Macbeth e suas rainhas da Escócia — Inglaterra — França — Itália — EUA — Rússia — Brasil — Argentina...

AS BRUXAS da propaganda profetizaram a sociedade de mercado. O senhor Mercado está no comando das ações. A ambição de Elon Musk, “O Mosca” às Madonas empoderadas pela ganância, desperta nos corações e mentes investidas de autoridade financeira, econômica e de autonomia: a sociedade da mais franca anarquia. A profecia das bruxas que motivou a ambição desmedida de Macbeth, ganhou os corações e as mentalidades das multidões Bozonaristas em seus respectivos países onde medram Trumpqueiros e afeiçoados da Lagartixa caucasiana. Vide invasão de caminhoneiros no Brasil, do Congresso americano, e a sádica destruição de ativos na Ucrânia.

A FAMÍLIA, movida pela vontade de ver os seus se tornarem pessoas com recursos, os mais próximos possíveis da realeza financeira e econômica da sociedade consumista, é movida pela ambição de alcançar os altos salários de jogadores de times de futebol. Para as Ladies da realeza favelada, seus meninos se tornarão futuros Neymar nos mares revoltos da lavagem internacional de dinheiro do tráfico cosmopolita de drogas, por detrás das transferências de jogadores para outros times, outros países. Suas filhas logo aprendem a profissão de Marias Chuteiras que navegam nos mares revoltos da libido sadomasoquista da selvageria nacional. 58 milhões de canibais pastorados pelo Bozo MacBeth. Político tropicalista.

QUE IMPORTA para essas Ladies das classes sociais das mais baixas às mais altas??? Atingir um padrão nacional aceitável de cultura tal qual seja para a prostituição e o tráfico, as rachadinhas, a lavagem de dinheiro. Todos estão a beber e a comer o caldo macabro cozinhado na caçarola das cozinhas televisivas, com seus pratos requintados, bonitos, deliciosos, decorativos, criativos, cheios de convites aos mestres cucas de restaurantes famosos, para o banquete de refeições saborosas, no ambiente agradável das Ladies Macbeth das classes mais altas. Às mais baixas.

TODOS ESTÃO ocupados em se repetir e copiar as deliciosas receitas que, no final das compras e preparo dos ingredientes no caldeirão das bruxas das cozinhas que se copiam em delícias dos “chefes” famosos, que reinam em ofertas atrativas de como usar os melhores temperos, nas carnes do apetite carnal de consumidores de calorias, as mais atrativas para a degustação e a fermentação alimentar no dia a dia, no carrinho do supermercado. No outro dia, a digestão do dia seguinte os aguarda. Levante a tampa do sanitário. Um pouco de bom ar, por favor.

O MAIS TENEBROSO dos dramas shakespearianos, segundo o crítico literário Harold Bloom, Macbeth é a mais viçosa oportunidade para se refletir os aspectos mais sombrios e punctiformes do comportamento humano: da traição, do vício pelo poder, da ganância e da culpa. No final dos dizeres e prazeres degustativos, para onde vão os alimentos em sua viagem após o “trono de sangue” dos sanitários???

O INTESTINO delgado e o intestino grosso são as próximas paradas das delícias ingeridas e recomendadas pelos chefes nacionais e internacionais das cozinhas de reis e rainhas Macbeth, onde os capilares pegam os nutrientes e os distribuem para todo o corpo desses nobres desfrutadores da gula. A essas alturas do basquete, os restos sólidos dos alimentos já são esperados pelo ânus. É possível que não tenha havido nenhuma consideração Ética para toda essa travessia. Ela abasteceu o intelecto, a espiritualidade???

A SUBMISSÃO familiar era ampla, total e irrestrita na família de Lady Macbeth Mãezona. Seus demais filhos estavam cada dia mais encolhidos pelo medo de que Paizão os começasse a tratar do mesmo modo que me dispensava espancamentos quase diários. Mãezona, após essas sessões de nítida covardia e superlativa vontade de me dominar, enquanto forma de me alijar dos meus direitos à melhor educação, e vestimentas. Nos dias posteriores aos espancamentos, ela dizia em voz baixa, aproximando a boca de um de meus ouvidos:

— “Você não vai ao colégio, até se recuperar desses ferimentos”. Alterando a voz que se tornava mais nítida e autoritária, complementava:

— “Quando perguntarem como isso aconteceu, diga que estava a colher mangas no quintal vizinho, quando despencou lá de cima”. Ela me ensinava a faltar com a verdade e a falsear a realidade, em proveito de encobrir e disfarçar as atrocidades familiares, quase que diárias, de Paizão.

RFLETINDO-SE NO espelho da própria maldade, Mãezona e Paizão se equivaliam no próprio reflexo aterrador.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 22/12/2022
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