O Imperialismo Viral

As pessoas estão acostumadas a assistirem filmes hollywoodianos em que médicos e membros do exército do Tio Sam, depois de muito esforço meritocrático, salvam toda a humanidade de um fim apocalíptico. Mas essa honrosa ação dos Estados Unidos ao salvar de forma despretensiosa e humanitária todo o cidadão mundial é uma fábula para apenas engordar os cifrões da indústria cinematográfica.

Na prática, a partir de seu chefe de Estado, essa nação que é o "espelho para o mundo" saqueia cargas de importação de epis que seriam destinadas aos outros países no sentido de combater a epidemia. Inclusive uma carga chinesa que vinha para o Brasil foi sequestrada pelo Trump. Surpresos com isso? Eu não estou nenhum pouco - tal situação só reafirma minha ojeriza ao modo de vida "american way of life".

Vocês acham que o país que apoiou milimetricamente sanguinolentas ditaduras na América do Sul, estará agora preocupado com os idosos do Nordeste brasileiro? Vocês acreditam que o país que devastou o Iraque numa guerra apenas para extrair petróleo por um baixo valor estará agora preocupado que os "países pobretas" salvem vidas? Ledo engano em suas fábulas mentais de democracia e valores nobres - tão verossímeis quanto os efeitos especiais dos filmes produzidos por Hollywood.

O fato é que os Estados Unidos impõem um imperialismo viral aos outros povos, uma política que suga a qualquer custo os recursos das outras nações. Essa perspectiva "contamina" as relações internacionais ao colocar a tecnologia, as finanças e os recursos em geral dos países periféricos em situação de dependência aos interesses da dominação estadunidense.

Existem dúvidas sobre isso? Averiguem a venda a preço de banana de nossa tecnologia de produção de aviões e da empresa pública Embraer para a Boeing. Pesquisem sobre os baixos custos de produção que a Coca Cola consegue nos países do dito “terceiro mundo” ao adotar a flexibilização do trabalho, o que arrasa a qualidade de vida dos trabalhadores.

Melhor ainda, verifiquem o protecionismo econômico da dita economia de livre mercado, que é feita para inibir as nações mais humildes de se desenvolverem economicamente. A rigor, a apropriação de recursos estratégicos, o controle territorial, a exploração da força de trabalho e a expansão do modelo econômico neoliberal são formas dos Eua impor ferrenhamente o seu controle sobre o mundo.

É a velha política do grande porrete, o "big stick" - se desce a porrada em qualquer governo/nação que queira assumir a liderança do mundo ou se apropriar de recursos que o Tio Sam deseje. Diante desse momento de crise, o povo deve se organizar e pressionar as autoridades para que os recursos sejam igualitariamente distribuídos e no sentido de atender a calamidade pública de saúde.

05.04.2020

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 16/12/2022
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