As cruzes da floresta
Numa floresta gigante, uma disputa pelo reinado era democrática e o "macaco velho" vencera o "mito leão dourado" que não aceitara a derrota. Um urso de touca, amigo do rei, surgiu de repente no cenário da mata como se fosse retirado da gruta dos ratos e fora anteriormente colocado no meio do debate para irritar o oponente que teve o apoio de duas felinas que o engoliram. Mas a vitória era certa e mesmo acirrada devido a distribuição de toneladas de rações para as presas que tentaram sobreviver a votar na permanência do rei, o "macaco velho" conseguira o êxito nas urnas intocáveis das árvores sagradas.
Após a derrota, o perdedor se calara e se reclusara na caverna a soltar uma nota que uma de suas patas havia sido quebrada por uma bactéria que invadira seus vasos linfáticos e somente saía da toca para rugir o pedido de invasão que era aceito por apenas alguns cães de velcro.
O dia do "canudo" que legitimava o resultado da eleição fora atípico, pois surgira em frente a toca dos lobos uma onça pintada de guerra a afrontar o guardião. O animal alienado pela retórica dos conselheiros do rei fora colocado ali como estratégia para impedir a posse do novo inquilino das montanhas. Um grupo de protetores da fauna o enjaularam e um pequeníssimo grupo de seguidores do rei aterrorizaram os transportes dos répteis a atear fogo nos seus caminhos.
Enquanto isso, uma "hiena de chapéu preto" desfilara pela relva do campo a abençoar os que quebraram galhos e cipós. Seria ele, mais um personagem fictício da floresta, inventado pelo felídeo que vivia na beira do rio de água fresca.
Finalmente, chegara o grande dia: a posse do macaco velho. A floresta estivera em festa e enfeitada, os pássaros líricos sobrevoaram o trono de pedra, as aves de rapinas deram voos rasantes sobre as montanhas, os peixes comemoravam a saltar de alegria na superfície, os primatas de todas as espécies lotaram os vales e os célebres convidados mesmo longe de seus habitats se encantaram com os aplausos da maioria que venceu as falácias e rasgaram suas mordaças.
Um faixa com cores verde e amarelo voara literalmente para o peito do novo líder que a apertou a prometer nas entrelinhas a sustentabilidade da grande floresta.