DUALIDADE
“Nunca conseguirás convencer um rato de que um gato traz boa sorte”.( Clarice Lispector)
Tem gente de todo tipo: chatas, alegres, tristes, variadas em todo lugar. Cada um carrega em si um pouco de cada coisa.
Uma pessoa alegre terá em algum momento que se sentir triste, por algum motivo.
Uma pessoa triste gargalhará diante de um fato engraçado.
Todas as pessoas carregam sempre a dualidade. Um pouquinho de cada coisa. Ela só será inteira ser estiver dividida. Bem estranho, não é?
Mas se você vai comer uma maçã toda, comerá aos pedaços e não de uma só vez. As partes formam o inteiro.
Inventando ou sendo real, as pessoas são complexas. Querem sempre se convencer e convencer outros de alguma coisa. Convencer, por exemplo, que ao encontrar com outra e ao cumprimenta-la estará realmente feliz ao vê-la. Mas por um segundo passará uma lembrança ruim e num gesto forçado revidará ao cumprimento com graça e tolerância. Mas no íntimo, a raiva a consome.
Temos que ser assim: dois em um. Precisamos ser um em determinado momento e outro quando a ocasião se fizer necessária.
Somos todos diferentes, graças a Deus!
O que seria do chato sem plateia, para odiá-lo. Mesmo odiado seria notado.
O que seria do pescador se não existisse mais peixe.
O que seria do professor se não existisse mais a quem ensinar.
Dualidade.
Precisamos de tanto, tudo e às vezes nos surpreendemos nos acostumando com o nada.
O chato sem ninguém para chatear.
O pescador em um dia sem o peixe.
O professor que pode ensinar a distância sem a presença do aluno.
Estamos sempre precisando de algo e mais ainda, estamos sempre tentando nos convencer de que está tudo mesmo não estando.
O rato é esperto, mas o gato tem a paciência.