Amor e o Século da Put4ria.

Passamos pelo centro da cidade com tanta pressa e tão focados em nosso próprio projetos e objetivos que nunca paramos para verdadeiramente lhe oferecer um olhar um pouco mais clínico. Foi em um dia como esse, onde eu estava focada demais em chegar em casa e cansada demais para ter um pensamento minimamente crítico, que então passando perto de uma Pague Menos vi aquela bela cena que tanto chamou minha atenção.

Tão sutil e tão raro que não devia passar despercebido, um casal de idosos andando juntos e agindo como dois namorados em seu primeiro mês de relacionamento, ele abria caminho para sua amada entre as pessoas e depois passava abraçando e protegendo a mesma. Imaginei como era o amor na juventude daquele belo casal, em sua melhor época os homens deviam plantar as flores para suas amadas, já que buquês deviam ser caros, as declarações não se resumiam a um simples "Comia", eram bonitas e bem elaboradas, os pretendentes podiam nem mesmo amar suas donzelas, mas ainda assim dedicavam seu tempo a provar-lhes seu ideal de amor, comparado ao que fazemos hoje em dia até parece piada.

Nos tornamos seres mais carentes e dignos de pena, achamos que somos superiores aos animais por sermos racionais, mas em que somos superiores se nós nos conformamos com "oh que gostosa (o)?seres tão carentes e medíocres que endeusam pessoas que se autointitulam "golpe", nossa sociedade é tão medíocre em relação a amor que veneram pessoas que brincam com os sentimentos alheios e em seguida os descartam, realmente somos superiores? Ou somos apenas seres que gostam de pensar na ideia de superioridade, animais não são racionais, ou seja, não pensam, nós pensamos e nos colocamos nessa situação.

O amor do nosso século se transformou em cantadas de conotação sexual disfarçadas de elogios, sexo em qualquer bloco de carnaval, troca de fotos/vídeos sexuais, e quando a brincadeira acaba nos perguntamos como aquilo aconteceu, como deixamos as coisas chegarem aquele ponto, quando a culpa é da nossa constante carência.

No fim de semana encontrei outro casal, tirei uma foto deles para sempre me lembrar que só devo me casar com alguém que eu tenha certeza que me olhará com aquele mesmo brilho em seus olhos, não era um brilho luxurioso ou aquele olhar avassalador descritos nos livros eróticos, era um reconhecimento silencioso e mútuo de amor e carinho entre os dois, nada puramente carnal, mas sim ligado ao verdadeiro significado do amor, mesmo depois de tantos anos juntos, mesmo após tantas discussões e dificuldades eles continuam unidos.

Em que momento esquecemos a verdadeira essência do amor, as pessoas entram em relacionamentos já pensando no fim, como qualquer coisa pode ter um bom desenvolvimento se você estiver sempre pensando em quando acabar?

Quando escrever cartas e presentear a pessoa amada deveria ser "brega"?

O amor deveria ser sempre sobre o brilho carinhoso no olhar igual ao dos recém-namorados, e novamente eu questiono como nos tornamos tão fracos quanto a temática amor?

Somos tão medíocres quanto o pior dos animais,neste assunto.

Naralmeida
Enviado por Naralmeida em 10/12/2022
Código do texto: T7669022
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