O MUNDO É REDONDO MAS AS AÇÕES HUMANAS SÃO QUADRADAS
dezembro 10, 2022
FUTEBOL
É como se o mundo tivesse acabado. A saída da seleção brasileira da Copa do Mundo no Qatar nesse 2022, pela derrota para a seleção da Croácia, Neste 9 de Dezembro de 2022, promoveu horrível sensação em grande parte da população brasileira. Mas parece que isso acontece no mundo todo com relação às outras seleções que também disputam essa mesma competição.
E a que se pode atribuir tal situação? Será que existem pessoas que não se abateram com isso? É claro que sim. A começar por este autor que vos escreve. E olha que joguei bola quando jovem. Em quantidade e qualidade. Até o início dos meus vinte anos. Mas por uma contusão muito série tive que abandonar tal prática. Mesmo que no plano diletante.
Mas há décadas atrás o futebol era diferente do que é hoje. Ele mudou muito, a começar pela exploração financeira que promove junto aos torcedores. Ingressos altíssimos, não acessível a muita gente que o aprecia. E em seu bojo, muita coisa alterou-se, também.
O que muitos anteriormente classificavam como uma arte, hoje em dia é explorado o aspecto físico. A técnica e classe foram colocadas em segundo plano. Os jogadores são verdadeiros "adonis", preocupados com a sua aparência física. Uniformes colados à pele, chuteiras coloridas aberrantemente, isso sem contar o excessivo uso das tatuagens. Há deles que cobriram grande parte do corpo com elas. Também cortes de cabelos espalhafatosos.
Alguns costumam também classifica-los como mercenários. Isto porque são voltados apenas para o dinheiro. O amor pelo clube ficou lá para trás. E ganham fortunas às vezes incalculáveis. Possuem mansões com piscinas, carrões. Alguns, mesmo que poucos, até iates e aviões e/ou helicópteros.
Mas o torcedor parece ficar anestesiado, se deixando levar pelas paixões. E deixam de observar tudo o que deviam ou deveriam. Um jogador de futebol, assim como um artista, não é nenhum ser fenomenal. Ele é rigorosamente igual à outra pessoa qualquer. O que faz o admirador deixar-se levar pela emoção e o fervor é a inobservância da razão.
Desde cedo abandonei aquela sensação que sentia por uma partida de futebol. Até passei a assisti-lo poucas vezes. E quando o fazia através de uma televisão, a primeira ação era a de retirar o som dela. Usava a função "mudo". Isso porque não resistia ouvir tanta asneira dita por esse pessoal que as transmitem.
Mas uma visão que possuo, digamos que de forma peculiar e quase que exclusiva, é não considerar o futebol e suas partidas, como algo de tanta importância quanto os demais os consideram. Não concordo com a paralisação de nada em função de um jogo de futebol. É como se as pessoas esquecessem todas as suas dificuldades na vida, buscando louvor numa coisa que não lhes oferece quase coisa alguma. A não ser futilidade.
É necessário lembrar que por ele também morre muita gente. De vários modos. O que não deixa de ser revoltante. Mas vá se explicar por que todo esse disparate? Nem Freud o conseguiria. E não esqueçamos que os próprios jogadores poucos se importarão com o insucesso nessa outra Copa do Mundo. A vida para eles continuará do mesmo modo e jeito. Só que em condições bastante favoráveis se comparadas às das torcidas. No Brasil e fora dele.