À ESPERA DE UM MILAGRE - O MILAGRE DO NATAL
Ao se aproximar o final do ano, uma espécie de vazio me faz amargurar faltas. Não me pergunte faltas de que, pois eu não saberia dizer com palavras, talvez porque ainda esteja no processo de ressignificar certas marcas do passado, bastando dizer que dói.
E eu me vejo num diálogo (ou monólogo?) com o Todo-poderoso, aquele que sabe de todas as coisas, e a quem recorro de vez em quando, na tentativa de entender algumas passagens da minha vida. Fatos como entrar e sair ano e eu seguir sem uma companhia afetiva, um par romântico, um namorado, simplificando.
E, mantendo o mínimo de respeito e reverência, claro, pergunto:
- Por que tu, ó Senhor, que dá conta de cada fio desse meu volumoso cabelo, não providencia esse encontro?
Calma. Não é que eu queira desafiar ou pôr em dúvida tanto poder. O problema é que há dias mais difíceis, como o de hoje, em que eu não me seguro, e insisto, a ele perguntando: “será que eu não mereço”?
E me volto, de novo, para a minha realidade, sem pretendentes. Verdade! A coisa é tão séria, que no meu aniversário, e isso é recorrente, nunca se pôde cantar “com quem será”, porque não se sabia o complemento para a parte do “vai depender...”. Depender de quem, meu Deus do céu, de quem?
Mas eu tenho um sonho (o pretendente que eu queria/quero). Um sonho confuso, perturbador. Um sonho cheiroso, bonito, inteligente, que beija bem e que me ensinou a ser mulher.
Um sonho que tem nome, mas não tem coragem, ou tem medo de mim ou, pior, não me ama. Não o suficiente para mergulhar profundo. Contenta-se com o raso, molha os pés e vai embora, no entanto, deixando marcas aqui.
Eu queria viver esse sonho (ah, como eu queria!). Abraçá-lo, demorar no abraço; beijar sua boca, olhar bem dentro dos seus olhos e beijar de novo. E de novo. E de novo. Estou falando de amor, de romance, de entrega, de correr riscos, porque amar é isso. Sempre foi isso.
Enfim, voltando ao que temos pra hoje, que é a renovação da esperança e da fé no poder do Deus do impossível, a ti, pai generoso, que não abandona nenhum dos filhos teus, rogo, imploro, suplico: concede a esta filha imperfeita, carente e altamente sensível (lembrando que sou criação sua, hein?) essa graça! Opera mais esse milagre, vai!