ERMO E QUEDO
Ermo e quedo
Rasguei meu Passaporte, queimei minhas Certidões
escondi a Identidade, os telefones e nomes da Agenda destruí.
Nada me identifica, não conheço ninguém.
Escalarei esta montanha, me esconderei entre as pedras.
Viverei só!
Estou farto desta pseudo-civilização, não sou soldado guerreiro,
não quero guerrear.
Levarei comigo apenas feridas, cicatrizes muitas mas estarei em Paz!
Iniciarei a jornada o quanto antes possível.
Quero estar só!
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Varios meses se passaram...eis-me aqui...
Sou pedra, sou mato, sou bicho; isolado assim, me alimento de folhas,
raízes e raramente uma caça.
Visto farrapos, cabelos e barba assim como crescem, falo sozinho,
estou bem mais magro, parei de fumar.
Não lembro de carro, fumaça ou I n d ú s t r i a
que mata a mata, os bichos e o h o m e m
para fabricar salários de fome
roubando do operário seu tempo de dia
devolvendo c a n s a ç o
sem tempo para a m a r
o filho que cresce sem calçados, escola, bicicleta e sem Pai.
Saudades, não tenho! Apenas piedade...então rezo por todos...
Depois de um dia de Sol(ou de chuva)
o céu se coalha de pontos brilhantes
Estrelas, Planetas e Sóis bem distantes
que fazem s o n h a r.
Apesar de tudo, passo por momentos em que sinto que algo me falta.
Não sei o que é. Sei que algo me falta.
Decifrar enigmas, nunca fui bom nisso mas, é preciso pois me descontrola...então passo a meditar...
Que pode me faltar?
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...irmãos, já tenho; dinheiro, não preciso; futebol(manipulado) não faz falta...não quero telefone, colchão ou cerveja...então, o que?
Aos poucos tudo se esclarece:
Sinto tua falta M U L H E R!!!
Mas, para te ter (ou te ser) deverei voltar...
...e, já estou a caminho...