OS QUE SE ACHAM NO DIREITO DE TER DIRETO SOBRE O OUTRO.
OS QUE SE ACHAM NO DIREITO DE TER DIRETO SOBRE O OUTRO.
Há muito tempo li no jornal A Tarde no espaço reservada aos arcebispos do estado da Bahia. Uma coluna dominical. Infelizmente me falha a memória do nome do arcebispo. Sua crônica me impressionou pela mensagem contida nela.Na época até recortei para guardar, e conservei por um bom tempo, mas com as mudanças de endereço em que fui levado a fazer perdeu-se no vai e vem.
Assim começava a descrição.
É claro que o tempo apagou da minha mente muito do que li na crônica. Contudo, vou tentar não desvirtuar a história contada pelo arcebispo.
Em um país imaginário vivia um rei em seu palácio que tinha o costume de observar as pessoas passando no seu vai e vem na rua. Dentre os passantes lhe chamou atenção um homem que sempre fazia o percurso em frente ao palácio.
Nao se sabe porque,por capricho,por malvadeza, tara ou sadismo mandou seus soldados interromperem a vida pacata daquele homem.
Ordenou que o trousse ao palácio.
Ao ve-lo frente a frente disse-lhe: a partir de agora você vai morar aqui no palácio. O pobre homem ficou atônito, queria saber porque fora feito prisioneiro. Perguntou ao rei o que levara aquela situação. E o rei só disse que queria a presença dele ali. E que ele poderia desfrutar das benesses do palácio. Contudo, nada disso satisfazia o pobre homem. Ele pedia piedade ao rei, pois ele só queria voltar para sua família, para sua esposa e seus filhos, porém nada disso comovia o rei. O pobre homem nunca mais sentiu o ar do seu cotidiano, não soube mais de sua família.
A liberdade daquele ser foi usurpada de uma hora para outra.
O texto me fez refletir o que leva ou se dá o direito do prazer mórbido de pessoas se satisfazerem com o sofrimento, a dor física ou psicológica de outro ser ?
Infelizmente nossa sociedade está impregnada de indivíduos com esss morbidez. Cotidianamente assistimos, lemos traficantes, milicianos darem fim a vida de pessoa que eles decidiram não viverem mais.
Traficantes de mulheres, de órgãos. Enfim, não precisa ser um rei ou ter um poder institucional para se sentirem como um deus ou deuses.