A muito tempo que o coração não doía a dor de uma possibilidade. E a tempos que não tinha tanta certeza de sua solidão, como aqgora que a abraçava tão forte enquanto a fitava nos olhos e sussurrava: - Não há quem te queira tanto quanto eu!
Ela tem chorado algumas gotas. E de repente lá estava desaguando águas de sal, por caminhos de igapós de uns olhos repleto de rio de pouca vida e cheio de sentimentalidades que nunca ninguém entenderá...
Disseram, que ela teria que esconder suas sombras.. Que sua luz brilhava tão lindamente que as sombras deveriam ser esquecidas e não revividas ou externadas... Que as sombras, são os momentos onde ela extraia sua toxidade e tudo se perderia no infinito da dor que, as vezes, a faz sangrar no rio de sua própria presença nesse espaço.
Disseram que o amor ainda existia no mundo, o mundo que ela tanto andou... Procurou... Sofreu... Encontrou... Perdeu... E cansou dessa brincadeira de esconde-esconde. Mas ela percebeu que sua transparência em gostar de gente afeta almas inseguras... Que ela continua machucando, continua ferindo, continua perpetuando suas intenções frágeis no ser que pulsa uma urgência infinita de vida. Vida, que alguns acham que compreende o sentido!
Eu a vi de costas debruçada sobre a areia grossa de uma praia cheia de grãos de cobre, talvez de ferro... Não sei. Só pude perceber, que o rosto com o largo sorriso tinha desaparecido no meio de tantas revoltas trazidas pelo vento do passado... Tive dó. Tive pena da pobre coitada.
E foi então que ela se virou de costas a todos os arco-íris que se aproximavam com algum tipo de beleza em cores tão vivas que a pudessem despertar esperança em seu mundo tão cinza. Ela mais uma vez não olhou para trás. Levantou-se, tomou a gota de sal do rosto e sem expressar nenhum sorriso, caminhou!
Ofereci meus braços a ela...
Rejeitou-me. Eu a fitei, a abençoei silenciosamente e a deixei partir.