Os Cumplices Midiáticos de Bolsonaro
Num passe de mágica, de forma muito didática, numa farta apresentação de provas, a Rede Globo, o velho aparelho hegemônico das elites nacionais, ontem nos explicou detalhadamente como as fake news influenciaram as eleições presidenciais de 2018.
Ao descrever que influencers digitais disseminavam falsas notícias e que eram pagos com dinheiro público, as organizações Marinho replicou algo que muitos como eu já avisavam no segundo turno: o risco do eleitorado escolher um candidato que iria trucidar os direitos sociais. A distopia eleitoral em que pessoas com medo de “mamadeiras de pirocas”, kit gay para crianças, legalização da pedofilia pelo Partido dos Trabalhadores, escolheram um candidato com uma plataforma neoliberal, o qual acaba de dilapidar o patrimônio nacional ao vender plataformas de petróleo.
Se essa rede televisiva tivesse feito essa denúncia no fatídico ano de 2018, quantas mortes por covid seriam evitadas? Se o moroso STF no momento eleitoral barrasse essa atrocidade digital, quantos direitos seriam mantidos? Quantas pessoas racistas não seriam encorajadas a desenvolverem seus crimes? Mas tudo bem, nada se espera dos aparelhos que são comitês da burguesia. Pois foram eles que apoiaram o golpe contra a Dilma, o teto dos gastos públicos, a reforma trabalhista e a reforma da previdência.
Enquanto isso, uma parte considerável da esquerda brinca midiaticamente de fazer política. A militante Djamila Ribeiro, por exemplo, moça que é apenas uma intelectual da esquerda liberal/cirandeira que com suas suaves pautas identitárias só reforça a dominação do capital - gera lucros para empresas e não conquista real transformação social em seus discursos. Uma mera propagandista de empresas com o pífio argumento de integração dos negros no mercado. O fato é que uma esquerda sem um viés classista/marxista é inócua. No máximo que se consegue é como a filósofa pequeno burguesa – aparecendo em programas televisivos da Rede Globo e gays enriquecendo empresas de cosméticos.
03.08.2020