A VELHA MOCHILA
Então foi assim; foi assim mesmo , desta forma que eu percebi...
É que; sei lá; eu não pertencia a lugar nenhum, ou nenhum lugar me pertencia, e sobre pertencer, acho que é uma conquista bem rápida e passageira para apegos desnecessários, descobri num breve pensar, foi no mesmo dia em que eu decidi ir embora; mais uma vez! Foi quando eu coloquei uma velha e desbotada mochila nas costas, não estava pesada, nem era assim tão bonita,mas tinha aquele charme de parecer ser uma parte da gente,de tanto usar, quanto mais se usa mais idêntica fica a nossa personalidade, parece que a alma ou a energia; passa para as coisa, pelo menos é esta a minha impressão pessoal, mas era algo que levava comigo para colocar algumas coisas dentro, nada superficial, só o básico talvez.
O que é preciso levar?
Ainda mas quando não se sabe pra onde ir ou para onde vai!
Não sei ,só tinha a certeza de ir embora dali.
O que eu carregava era utensílios de primeira necessidade como:
Dignidade, respeito, bom senso, um pouco de amor próprio para dividir com o próximo, nada mais que isto.
A última vez que olhei para trás, já me encontrava a uma certa distância, via uma pequena silhueta de onde vivia, e a chamei de "passado" Não desfazendo do lugar que me abrigou um dia, mas no agora, caminhando na estrada do presente, só olhava para frente; para o tal futuro, parecia muito longe a princípio por não perceber nada além do infinito horizonte , então entendi, que o futuro é aquele espaço vago que existe antes do pé atingir o chão, depois vira presente novamente, e quando novamente descolamos os pés do chão,nos deslocando a frente, deixamos as tais pegadas no passado chão , independente do que seja: terra, asfalto mato, rocha ou o que quer que seja, mas independente da jornada, o importante é colocar a velha mochila nas costas preenchida das coisas que aprendemos de bom, para passar para frente neste inusitado caminho.
(Do meu livro: Textos Avulsos)
Autor : George Loez