Uma vida feliz é uma vida de entrega

Uma vez, uma amiga muito próxima me passou o endereço de sua casa e o bairro era “Cura d’Ars”. Quando cheguei, naquele dia, prontamente falei “eu amei o nome do seu bairro, é o nome de um dos meus santos preferidos”. Então, ela me perguntou por que me pediu que contasse sobre a vida dele e eu resumi em “era um padre que converteu muita gente na França, passava 16 horas no confessionário.”. Disse que havia lido o livro dele no ano anterior, em uma ocasião. Ela riu e perguntou “Nossa, mas tantos santos que fizeram grandes milagres, por que ele é um dos seus santo preferidos? Só pelo motivo dele confessar as pessoas?”. Eu não soube responder na hora. Só balbuciei algo como "sei lá, eu gosto da história dele”.

Mas, agora, pensando sobre a vida de Cura d’Ars, consigo nitidamente entender porque tenho um grande carinho por ele. Enquanto lia a bibliografia dele, pensava em como ele realmente era ‘palha que se consome no fogo’. Como ele vivia livremente a entrega, em serviço unicamente aos demais e para Deus. Com a simplicidade, visitava os enfermos e as famílias mais necessitadas; restaurou a igrejinha da França e converteu muitos fiéis. Dezesseis horas no confessionário, sem uma pausa mínima, é uma verdadeira demonstração de Amor a Ele.

A entrega de Cura D’ars ao serviço e a vida de oração foi tão íntegra que a cidadezinha de Ars ficou conhecida como o "grande hospital das almas”. Eu penso, agora, como o trabalho pequeno e cuidadoso de um padre pode ter sido tão grande. Faz sentido quando São Josemaria diz “Fazei tudo por Amor. - Assim não há coisas pequenas: tudo é grande”.

O Senhor não nos oculta que a obediência rendida à Vontade de Deus exige renúncia e entrega, porque o amor não reclama direitos; quer servir. A renúncia de si mesmo e a entrega de Cura d’Ars, frutos de uma vida inteira de oração e mortificação, é de admirar e contemplar. O quanto me falta para viver plenamente na Vontade dEle e reconhecer o valor de uma vida entregue a Deus.