AH, O MAR...

Conheci o mar tardiamente. E nem foi em pagos do litoral gaúcho: foi do outro lado do país, no município de Bragança - PA. Desdém pelas praias gaúchas? Não. Simplesmente aconteceu de eu encontrar uma paraense na internet, que veio me conhecer e depois retribuí a visita. Junto com ela, eu fui conhecer o mar na praia de Ajuruteua. Minha intenção é abordar minha relação com o mar e as poucas vezes que - infelizmente - tive oportunidade de apreciá-lo.

Revi o mar em Balneário Camboriú, quando meu irmão morava lá. Fora da temporada, graças a Deus. Depois, passei uns dias entre Navegantes e Penha, pra visitar Beto Carreiro, com uma ex companheira, filhos e agregada. Fora as brigas com minha consorte (também por culpa minha, pois, como diz meu pai, para brigar tem que ser dois), havia um esgoto a céu aberto que escorria para o mar e estragava a praia. Mais tarde, nessa mesma relação, levamos meu pai à praia de Balneário Camboriú - e creio que ele não gostou da experiência, pois foi na companhia de uma ex companheira e sua prole, em pleno réveillon, quando a praia de Balneário Camboriú abriga, sem exageros, 100 pessoas por centímetro quadrado.

Depois destas façanhas, num tempo em que eu estava bom dos pilas, me presenteei com dois dias na praia de Navegantes. A melhor estadia, pois foi fora da temporada, quando a praia não está apinhada e quando realmente pude apreciar o mar em toda a sua plenitude.

Passeei na beira do mar, sentindo toda sua magia, e tive uns momentos bons, descontando o fumante desgraçado que pernoitava no quarto ao lado e cujo hotel que me hospedou nunca se desculpou ou deu desconto na diária. Vicissitudes de alguém que vai visitar a praia sozinho, sem uma Mariana de faca na bota pra resolver essas situações a contento.

O mar já foi abordado em várias publicações, em especial os romances de Jorge Amado. E em Neptuno, de uma escritora habilidosa do outro extremo do país, a gaúcha Letícia Wierchowski. Dos estrangeiros, lembro de O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway e As Aventuras de Pi, de Yan Martel. O livro de Letícia fala de um crime passional. O Velho e o Mar narra a luta de um homem para capturar um peixe. As Aventuras de Pi, a convivência com um tigre em um bote após um naufrágio (virou um ótimo filme). Mas, independentemente do tema, em todos, há uma relação com esse mundo de águas salgadas que nos cerca e tanto nos fascina.

Pretendo rever o mar, de preferência no litoral gaúcho, que ainda não conheço. Talvez levando minha irmã, que até onde sei, não conhece o mar ainda - mesmo eu tendo morado em Blumenau, que fica a um passo do litoral catarinense por um bom período.

Ou quem sabe acompanhado de um interessante exemplar do sexo feminino, caso eu volte a me apaixonar e despertar paixões.

Afinal, a esperança é a última que morre.