A Ilusão Para o Mundo Chamado Joe Biden
Domingo ensolarado na entediante capital federal apesar de o campo musical está menos colorido por causa do falecimento da talentosa e injustiçada cantora Vanusa. Mas o mundo hoje está mais pleno, humanitário, justo, pois a opinião pública veementemente alega que o fascismo sofreu grande derrota com a eleição do Biden e sua vice (uma mulher negra) – o ápice da representatividade feminina na política... Provavelmente será a primeira mulher chefe de Estado a mandar bombardear criancinhas inocentes no Oriente Médio. Vai planeta, que orgulho!
Antes de mergulhar num fabuloso conto de liberalismo e identitarismo de esquerda light, as pessoas devem diminuir a ilusão em relação aos Estados Unidos. Sejam democratas ou republicanos, os donos do mundo seguem a política externa do big stick – dão uma violenta porretada em qualquer nação que desafie seus interesses ou que apresentem recursos interessantes ao Tio Sam. Assim foi na América Latina quando o bom moço democrata Kennedy articulou a ditadura tupiniquim em 1964. Lyndon Johnson intensificou a guerra do Vietnã, Bill Clinton bombardeou a Iugoslávia e o “lírio da paz” chamado Barack Obama trouxe devastação bélica para a Síria e a Líbia.
Ah, mas o Biden pode ser diferente, isso vai enfraquecer o governo do Bolsonaro. Ledo engano! Além de ser um senador que apoiou guerras como a do Iraque, o futuro presidente ao lado de Obama espionou de forma ilegal os segredos de Estado do governo Dilma e da Petrobrás. A devastação da economia nacional via Lava Jato tem tentáculos espúrios desse grupo político. E mais do que isso: se Bolsonaro está no poder hoje é porque indiretamente os yankees praticantes do bom mocismo articularam o nosso herói togado, o senhor Sergio Moro no sentido de retirar da corrida presidencial brasileira o candidato que liderava intenções de voto.
Os Estados Unidos sabotam nossas indústrias, nos fazem dependentes de suas multinacionais. Biden em nada é um exemplo para o Brasil e o resto do mundo. Os países da periferia do capitalismo devem é se organizar em conjunto para desafiar a hegemonia estadunidense. Nada dessa admiração acrítica e inocente em relação ao homem que por lá vai assumir o poder. Que possamos olhar com atenção para nossos vizinhos: a Bolívia que derrotou um golpe de Estado racista, a Argentina que deu um de basta ao neoliberalismo e o Chile que enterrou um sistema constitucional arquitetado em um regime ditatorial. Soy latino americano com mucho gusto! Fora daqui malditos yankees!
08.11.2020