O celeiro de Cristine.
Menina doce e de riso fácil, cresceu brincando com o tempo, sorrindo mesmo com as adversidades. De um namoro curto nasceu o fruto, doce Cristina. Corpo fragil e ágil, espoleta, menina faceira, alforje e algibeira de sensações. O tempo lhe trazia presente todo ano e ela cresceu, passou a ouvir tudo o que lhe diziam e foi definhando com o julgamento, o riso outrora frequente, agora esporádico. Foi quando resolveu guardar tudo num celeiro e não ter que mostrar. Guardou suas lembranças, suas dores, seus sorrisos mais verdadeiros, suas lágrimas mais quentes, tudo no mesmo lugar. Estudar, crescer e trabalhar. Amigos que escolheram, namorado aceitável, estava tudo formidável, isso sim iria mostrar ,ninguém a lhe julgar. Ah, mas numa tremenda ousadia em plena luz do dia o vento soprou suave e veio lhe visitar. Trouxe consigo Diego, só pra ela se apaixonar! Ela esperou o vento partir, toda aquela loucura sumir; imagina só quanto iriam criticar! Só de imaginar lhe dava arrepio e mesmo que por um fio não iria suportar, pensou. Colocou Diego também no celeiro, esqueceu por lá. Foi viver o que lhe diziam e finge não ter o celeiro onde todo seu tesouro está.
(2°EPC)