PERISCÓPIO


        Viva a romã!
        Fui ao Larousse Ilustrado, desejoso de saber um pouco mais sobre esta frutinha que cura roquidão.
        Está lá escrito: "Fruto da romãzeira, arredondado, de casca amarelo-avermelhada, que possui numerosos grãos de sabor agradável e cuja casca encerra um alcalóide de uso medicinal."

        Como sou um sujeito palavroso, vez em quando sou atacado por uma odiosa rouquenha. Seguindo velha e providencial receita de meus ancestrais, recorro à romã. Faço o recomendado gargarejo, e, em 24 horas, volto saudável aos meus demorados papos com os amigos; e até comigo mesmo!

        Houve uma época em que, nas minhas afonias, deixava a romã de lado, e apelava para as famosíssimas pastilhas Valda, tão decantadas nos tempos áureos do rádio. 
        Mas logo concluía, que para curar a rouquidão, nada melhor do que a frutinha da romãzeira, tradicional  remédio oferecido, sem nada cobrar, pela mãe Natureza.

        Sou, agora, surpreendido com a notícia de que a romã "pode ajudar no combate à impotência sexual masculina"!
        Os cientistas da Universidade da Califórnia descobriram isso, depois de constatarem que a frutinha " sé rica em antioxidante" que atua nos órgãos genitais do homem "facilitando a ereção". 
        Admitem os estudiosos, que a romã, no futuro, poderá tornar-se uma alternativa ao Viagra. 

        Mas calma, companheiros - principalmente aqueles com o tesão em crise: nada de sair por aí ingerindo, adoidado, suco de romã. 

        Os pesquisadores alertam, que ainda levará algum tempo para a romã se firmar como uma fruta afrodisíaca. 
        Prossigam, pois, os apressadinhos, usando o emblemático Viagra; e se dêem por satisfeitos. 

        Mas, particularmente, eu acho que alguma coisa de verdadeiro deve existir. Basta lembrar, que na velha e sábia Grécia, a romã aparecia como o símbolo do amor e da fe-cun-di-da-de...

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        Descobre-se cada coisa!
        Em janeiro, a Inglaterra conhecerá o livro Teaching Yourself: Training Your Brain, escrito por Terry Horne e Simon Wootin.
        Deixemos a tradução do título a cargo dos poliglotas, e vamos ao conteúdo do livro.  Gira em torno do seguinte:
"Fazer sexo, comer chocolate amargo... pode ser o segredo para treinar e impulsionar a capacidade cerebral."

        Não conseguiria transmitir, com precisão, o que o Terry e o Simon querem dizer na tese que defendem em trabalho científico. 
        Por isso, optei por transcrever, ipsis litteris, o que sobre a matéria traz o noticiário:  
"De acordo com a obra, a penetração durante o ato sexual aumenta os níveis de oxitocina, que estimula o cérebro  a pensar em novas idéias e soluções para problemas, enquanto que o pós-coito aumenta a quantidade de serotonina, estimulando a criartividade e o pensamento lógico."

        Abraçando esta receita, creio, que ninguém mais poderá queixar-se de incapacidade cerebral. Uns tabletes de chocolate e uma trepadinha (não há melhor termo) honesta e romântica, e o cérebro do freguês estará explodindo em criatividade...

        Um lembrete: Não se sabe quando o livro chega às livrarias do Brasil. Quando aqui desembarcar, figurará, durante muito tempo na lista dos mais vendidos. Ou você duvida?

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        Porque não encontrei notícia mais interessante, escolhi esta, para fechar o Periscópio. Fala sobre nossas  prostitutas, pondo em destaque o comportamento da meretriz chilena Maria Carolina.

        Antes, quero reafirmar, que nunca as menosprezei. Todas recebiam deste aposentado farristas, o respeito devido, atenção e carinho. 
       Conheci mulheres "da vida", de vida exemplar.

        Por isso, não me surpreendeu a noticia de que a prostituta chilena Carolina prometeu doar o arrecadado em 27 horas de sexo para "uma campanha de caridade em favor de crianças pobres e deficientes". 

       A uma estação de rádio de Santiago Maria Carolina declarou que cobrará 300 dólares por cada hora e meia de "serviço".  Para, em seguida,  anunciar, que um de seus clientes já havia comprado as 27 horas de amor... Como não será essa ilustre prostituta...

        Como não podia deixar de acontecer, alguns criticaram a proposta da corajosa meretriz chilena. 
        Não considero sua doação da  sui generis, sem dúvida, um ato imoral, como no Chile chegou-se a classificá-lo. 
         Encaro-a como um ato concreto de extrema valia e de alta relevância. Capaz, inclusive, de chamar, para a meditação, os que nada fazem por ninguém. 
        E, aqui entre nós, no Brasil, eles são muitos.
         

       

 
Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 05/12/2007
Reeditado em 03/11/2020
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