Separações Conjugais
Nos últimos tempos, algumas separações conjugais ocorridas em meu círculo de convivência puseram-me a pensar sobre o assunto “casamento”. Antes de tudo, quero aqui deixar assente que não sou de forma alguma moralista, nem com estas palavras pretendo ser juiz de tais fatos, muito menos quero meter o bedelho em assuntos que me são alheios. Apenas quero um pouco dar reflexo ao que me chega, ao que me bate o peito e volta, ao que sinto.
Não sou homem entendido do assunto, e difícil me é falar sobre crises conjugais que possam levar à separação, pois nem neófito sou nesse campo do viver a dois. Ainda espero a mulher com a qual ajoelhar-me-ei perante o altar sagrado. E sei que isso farei – apesar dos questionamentos que tenho. Contudo, quero fazer algumas considerações...
Recorrendo-me à memória, confesso que não recordo de nenhum noivado ou casamento, nos quais me fiz presente, onde tanto os nubentes quanto os recém-casados não esboçassem, em suas faces, rosadas por tamanha felicidade, a mais perfeita conjunção de sorrisos e olhares a dizer “para todo o sempre”.
Ocorre-me, neste momento, que esse “sempre” possa não significar “até que a morte os separe”, ou que possa significar um “eterno enquanto dure”, como disse o saudoso poeta. Mas até que me provem o contrário, não é esta a proposta de um casamento.
É certo que, sobre a aliança conjugal, não trago dentro de mim uma visão poética. No entanto, não a vejo da forma banal como tenho percebido nos dias de hoje. E embora nossa Santidade o Papa, Bento XVI, tenha asseverado que todos os casamentos atravessam crises, mas que é nesses momentos que “o amor se fortalece e se torna mais belo", corre-me a dúvida se seriam inevitáveis tais crises matrimoniais, assim como se seriam elas necessárias para se ter um casamento ideal.
É pagar pra ver!