MOMENTO DA COPA - O INÍCIO E A ZEBRA

Diante de várias polêmicas que cercam a copa do mundo no Catar, o começo até o jogo entre Argentina e Arábia Saudita, caminhava (ou corria) conforme o previsto dentro de campo. As seleções mais ricas e com jogadores mais estrelados, mostraram que essa superioridade é verdadeira. Voltando ao jogo entre Argentina e Arábia, vimos os hermanos fazerem quatro gols no primeiro tempo, no entanto, apenas um foi validado, de pênalti, e Messi foi o responsável. O segundo tempo mostrou que as projeções a favor da Argentina e contra a seleção da Arábia Saudita foram um tanto quanto equivocadas. Nesse caso, quem apostaria qualquer centavo na Arábia?

Sim, a Argentina foi derrotada. A primeira seleção considerada favorita, derrotada na copa, e pela Arábia, que esperavam ser o saco de pancadas do grupo. Assim ouvi em todas as emissoras de TV e rádio.

A copa começou aparentemente morna, com abertura que pouco trouxe emoção, principalmente pela falta de legenda ou tradução. A emissora responsável pelas imagens percebeu a falha e tentou corrigir, mas as primeiras falas foram esquecidas em meio a areia do deserto. Vimos danças, cantores, artistas e tudo mais, entretanto, esquecemos de tudo que esteve por trás desse acontecimento. Esquecemos os trabalhadores que de lá não voltaram para suas famílias, esquecemos que nesse mundo gigante temos várias culturas e que muitas temos que respeitar por não estarmos em nossa casa, no entanto, aceitar como se nada tivesse acontecido, é esquecer de todas as lutas diárias que muitos povos tiveram e ainda tem.

Gostaríamos de falar apenas de futebol, mas há muito, além disso, não é só um esporte, pois a inclusão faz parte dessa alegria toda e no Catar, as regras são outras.

Repito, estamos fora de casa e nossos anfitriões mantém suas regras rígidas para que suas “honras” sejam preservadas, mas penso que o dinheiro falou mais alto do que o esporte, do que a alegria e o entretenimento. O dinheiro dos governantes, o dinheiro de quem foi até o Catar e o dinheiro de quem manda mais, substituíram a vontade de gritar gol.

Essa copa está morna, duvidosa, que por enquanto traz o brilho apenas nos estádios e jogadores milionários. O que falta é a esperança em relação às mudanças que o mundo tanto precisa. Estamos à mercê de chefes poderosos que visam a lucratividade acima de tudo.

A copa de 2022 está em ritmo diferente, correndo atrás de aceitação, mas como nossos hermanos argentinos, não começou muito bem.