O relógio da alma
O tempo individual oculto de um sentimento. Em alguma parte do corpo, no escurinho escondido lateja uma dor saudosa, vai corroendo aos poucos, dilacerando os sonhos, e deixando amargo com gosto azedo que foi plantado como produziria frutos doces e saborosos. Nesse tique tak de seus ponteiros, as lembranças brotam no pensamento, as lágrimas rolam nos sucos de uma face já cansada. Mas o relógio não desiste. Continuará a nos chamar à sabedoria:
Quem sabe que o tempo está fugindo descobre, subitamente, a beleza única do momento que nunca mais será…Oh!! Relógio passa logo para outra fase, mostra-me os louros de uma flor sem espinhos, leva-me mesmo que seja por um segundo onde queria tanto que parasse, e por um milagre o congelamento não fosse notado, e assim poderia curtir mais e mais aqueles momentos que não voltam mais. Pela manhã, seremos, de novo, o tolo Coelho da Alice: “Estou atrasado, estou atrasado…”.
Está precisando ser alimentado, me ensinaste a dar tempo ao tempo, meu relógio querido!!!!!!!! Ainda bem que sei que o MESTRE sabe amparar as arestas de um relógio fora do plumo.