Do cotidiano

A manhã se impôs entre ela e um sonho interrompido. O sol adentrou pelo quarto e iluminou a última réstia de sono.

Aquiesceu e ligou o rádio, para saber das primeiras notícias do dia, enquanto suas gatas vinham exigir carinho.

Não que hoje o rádio, as novidades do dia, façam alguma diferença. Seu cotidiano mudou faz muito tempo e hoje, saber das notícias é apenas um prazer. De ofício, divide o tempo entre cuidados com os outros e tarefas comezinhas. E gosta muito de se saber útil.

Seus dias são flores coloridas de pano, leituras difusas, música, cochilos furtivos, um ou outro favor, amigos que passam vez por outra… a verdade é que não gosta mais de sair de casa e se tornou uma pessoa de poucos e verdadeiros amigos e isso é sincero.

Uma viagem a cada dois meses dá conta de testar sua independência e tratar de sua saúde e rever alguns dos amigos espalhados pelo mundo.

E é feliz assim nesse diariamente, pensou enquanto fumava o primeiro e dos hoje poucos cigarros do dia. Não importa o que pensam os outros. É feliz assim e ponto.