Marginais no poder II
Ser cidadão é ter consciência de direitos e deveres.
Um cidadão autentico não prega e não concorda com violação de direitos.
Numa Democracia autêntica e portanto, honesta, nas eleições não existem “perdas” e “ganhos”, apenas “eleitos” e “não eleitos”.
Não podemos falar em “perdas” e “ganhos”, porque embora haja divisões antes das eleições, o governo é exercido para o conjunto de todos os cidadãos, portanto não é possível dividir a população em um bloco de “ganhadores” e outro de “perdedores”
A situação descrita acima seria a ideal, mas vamos tratar agora da realidade no Brasil.
Quando vemos “autoridades constituídas” usando a conhecida expressão dos marginais “Perdeu, mano!”, para desestimular e se protegerem de manifestações de cidadãos, teríamos que perguntar a elas “Quem ganhou?”.
É óbvio e matemático que quando alguém perde outro ou outros ganham.
Como ficou evidente nos vídeos, as tais “autoridades” se referiram às pessoas que as abordaram como “perdedores”, então elas são as “vencedoras” ou estão no grupo dos que venceram, do contrário teriam dito “Perdemos mano!”.
Quando uma eleição é colocada por uma “autoridade” em termos de “ganhar” e “perder”, temos que questionar também o que foi ganho e o que foi perdido.
A expressão “Perdeu, mano!” tem uma finalidade informativa que pode ser ampliada assim: “Estou informando que você perdeu”.
Os marginais a empregam para informar a vítima que ela será privada do seu celular, dinheiro ou caso reaja, poderá perder também a vida.
Porém no caso do ministro do STF e do senador que a proferiram a mensagem clara é que a perda já havia ocorrido.
Além disso, eles revelaram claramente que há uma identidade entre eles e os marginais que agem nas ruas, que em sua maioria têm ligação com o tráfico de drogas e cujos cartéis hoje sabidamente tem grande influência ou são associados com governos de países da América Latina.
Na condição em que se encontra o Brasil, mesmo sem aprofundarmos na questão, nós podemos dizer de imediato que houve sim uma perda para população no seu todo, porque está bastante claro que os marginais assumiram o governo e nem se preocupam mais em esconder isso.
E se está assim é porque eles não veem ameaça no curto prazo para suas posições.