O Conhecimento e o suco de maçã
Com certa frequência eu me pergunto como é possível que em plena “era da informação” ainda existam tantas pessoas que ignoram assuntos elementares e a “mecânica” geral do mundo que nos cerca.
Notem que não estou me referindo a gênios, falo do conhecimento médio que seria salutar para toda a Sociedade.
Depois de muito pensar, cheguei a conclusão que a explicação para essa situação está no suco de maçã.
Pensando numa pessoa hipotética que não sabe que existe suco de maçã embalado, seria impossível ela entrar num supermercado e procurar nas prateleiras, especificamente uma garrafa de suco de maçã. Como ela poderia buscar algo que não sabe que existe? Ela poderia ir na seção de sucos e olhar aleatoriamente e descobrir por acaso o suco que ela não sabia que existia.
Me parece que, por incrível que possa parecer, estamos num processo de estagnação ou mesmo de retrocesso intelectual em que as pessoas não sabem mais o que é o Conhecimento. Por isso elas não o procuram.
Com isso, está ficando evidente que parte expressiva da Sociedade não age mais por conta própria, elas seguem uma rotina estabelecida até que recebem uma nova “diretriz de grupo” e então mudam seu comportamento.
Por exemplo, quanto ao que vão a passar a comer, o que vão vestir, se vão fazer tatuagem, combater o consumo de carne, “preocupar” com as “mudanças climáticas, etc.
Não me refiro a moda que sempre orientou em parte nosso comportamento, mas a um comportamento claramente dirigido.
Outro exemplo, é uma situação em que vamos a uma loja de eletrodomésticos, acessórios para celulares, oficina mecânica, etc, e pedimos informação sobre algum produto ou serviço que, em princípio, os vendedores ou mecânicos deveriam ter e eles não sabem, porque não têm interesse ou não vêem utilidade em saber.
Num nível um pouco mais elevado, mas não muito complexo, está ou estaria o conhecimento básico sobre Economia, que apesar de ser uma ciência na sua forma mais complexa, na sua essência se baseia nas relações de trocas que é uma relação social como outra qualquer e que estabelecemos quase todos os 365 dias do ano.
Não seria o caso de perguntarmos por que uma atividade tão íntima para nós tem seus fundamentos ignorados pela maioria das pessoas?
E não me refiro às pessoas de chamaríamos de “pouco conhecimento”, mas as de nível universitário e até algumas que se colocam diante de nós como “intelectualizadas”.
Toda pessoa de nível universitário deveria ter algum conhecimento básico de Economia e, mesmo que superficialmente, sobre os princípios de nossa Constituição.
No entanto, não é raro acontecer de quando tocamos nesses assuntos, as pessoas ficarem caladas como se nunca na vida tivessem “ouvido falar nisso” ou pensarem que “isso não é assunto para mim, é para quem entende”.
Então, a referida pessoa hipotética olhando os “sucos” na prateleira, mesmo se deparar com o “suco de maçã” (o Conhecimento), irá dizer, “Não me interessa, eu não conheço”.