Raios e trovões

Ultimamente tem chovido muito aqui pro lado do Rio, agora mesmo enquanto escrevo ouço o barulho de trovões ao longe.

Trago comigo muitas memórias desses sons:

A primeira eu era criança, nossa sala inacabada ainda nos tijolos. Uma chuva forte, raios e trovões e minha vizinha correndo para nossa casa em meio aquele vendaval. Ela dizia que sentia medo de ficar em casa sozinha diante daquela tempestade. Ela dizia que não conseguia nem se mexer de tanto mesmo. Já o filho dela brincava conosco no chão grosso de cimento. Mas a cada raio ela mandava parar a brincadeira. Também cobriamos os espelhos. Nesse dia o temporal passou, e ela mais calma voltou pra casa.

Outro lembrança que tenho foi de um dia que choveu e ventou tanto que as paredes da sala tremiam. Corremos para a casa do meu avô que ficava na frente e lá ficamos até o temporal passar.

Lembro que em meio ao temporal quando faltava luz, minha mãe dizia e ainda diz "valei-me santa Bárbara!" Agora eu digo também.

Lembro de sair cedo da escola quando o tempo fechava.

E meu pai sempre contava que uma vez eles foram liberados da escola por causa do temporal. E que, ele estudava com duas garotinhas, gêmeas idênticas, loiras. E que ao ir pra casa neste dia uma foi atingida por um raio e morreu na hora.

Eles também contam histórias de um homem que costumava fumar e não respeitar os temporais, e, um dia o raio passou tão perto que tirou o cigarro dele da boca.

Já na adolescência, certo dia, eu vi que iria chover. Então resolvi tomar banho logo enquanto tava apenas garoando, pra não tomar banho quando já estivesse relampiando forte. Então, enquanto estava no banho ouvi um estrondo muito alto, terminei logo meu banho, me vesti e saí, e observei que o coqueiro do outro lado da rua, na casa do vizinho estava pegando fogo. Um raio havia caído lá, agradeci a Deus pelo livramento, pois eu estava embaixo d'água quando o raio caiu, neste dia o roteador de Internet queimou.

Uma outra vez, eu estava procurando emprego, quando o temporal me pegou na rua, e enfrentando ele com um guarda-chuva ouvi de novo um estrondo grande, era um raio caindo do outro lado da rua e atingindo uma amendoeira.

A medida que o tempo passa, tudo vai se tornando histórias. Histórias que são passadas pra gente e que eu sem ter pra quem passá-las divido com vocês!

flor de inverno
Enviado por flor de inverno em 11/11/2022
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