O homem que não Se admite reduzido
Lá pelas bandas do sul do `Pará, onde o rio Amazonas ao ter sua largura reduzida, em frente ao município de Óbidos, para aproximadamente 2 km e por isso se aprofundar aos 100ms, vive um representante da etnia brasileira, ou seja, exageradamente mestiçado, entre a paternidade, o europeu (Europa), e a dupla maternidade a indígena (Ásia, ou Ásia e Oceania) e a africana (África).
Acredito que sejam essas grandezas de seu cenário de nascimento, que o influenciaram a ser o homem, conhecido como “o homem que não se admite reduzido”.
Num desses encontros, proporcionados pela tecnologia das reuniões virtuais, perguntaram-lhe de onde era e, por sua resposta, ficou claro a razão de como é conhecido.
E foi assim, sem claudicar, sem titubeios, sua resposta: minha origem, como a de todos nós presentes nesse encontro, é divina. Meu nascer, na maior das alturas, como o Amazonas, nos planos onde vivem os operários angelicais responsáveis pelo semear do Mistério Criador. Essas sementes, sem formas, para germinarem, para florescerem, precisam ser reduzidas, precisam ganhar formas. Esta redução do divino que vos fala está: batizado como Riomar, virginiano, um obidense do município de Óbidos do estado do Pará, estado amazônico, brasileiro, sul americano, terráqueo, “solarino”, “via lacteano”, universal.
E continuou como quisesse, apesar de desnecessário, justificar sua resposta: somos igarapés, ou furos, ou riachos, ou lagos, ou afluentes, ou rios com origem na mesma nascente. Todos irmãos, iguais em essência, todos querendo religar-se, todos querendo libertar-se das formas, todos querendo voltar à pureza das nascentes, com a experiência do percurso, do “estar”.
Depois da reunião, na solidão do “out line”, refletindo sobre a surpreendente apresentação, concluí que, a intenção com aquela forma de se apresentar um tanto diferente, foi a de nos convocar para a entrarmos ao bloco do qual, pela nossa origem, todos nós deveríamos estar: “o dos homens que não se admitem reduzidos”.