FILHO

Nas férias, soletramos MA-RA-CA-JA-Ú,

demonstrando superação e a vontade de estarmos juntos,

armados com letras e cores de um tempo bom.

Amarramos uma rede de balanço na árvore,

feita de fio de coco, tonalizada com listras azuis e brancas,

sem nem saber se suportaria nosso balançar,

com gargalhadas, abraços e até os roncos dele.

Nossa barraca de camping foi o lugar perfeito,

para observar estrelas e ouvir o chocalho das árvores.

Espiamos um pisca-pisca ao redor da aldeia,

com inúmeras cores de sua preferência.

Brincamos de pega-pega descalços na areia,

pilotamos quadriciclos nas Dunas,

e nos banhamos na Lagoa de Peracubu.

Gravamos seu nome em um Mirante em frente aos Parrachos de Maracajaú.

Ele subiu nos bancos de madeira da cozinha compartilhada,

andou para cá e para lá, encenando personagens de bruxos,

com voz de comando, lançando sua magia com um graveto seco chamado de "varinha".

(encantando todos na aldeia).

Fizemos alguns amigos, e ele sempre os chamava pelo nome. Menino contagiante.

Todos riram com ele.

Sidcley Barbalho Junior
Enviado por Sidcley Barbalho Junior em 10/11/2022
Reeditado em 21/04/2023
Código do texto: T7646798
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