FILHO
Nas férias, soletramos MA-RA-CA-JA-Ú,
demonstrando superação e a vontade de estarmos juntos,
armados com letras e cores de um tempo bom.
Amarramos uma rede de balanço na árvore,
feita de fio de coco, tonalizada com listras azuis e brancas,
sem nem saber se suportaria nosso balançar,
com gargalhadas, abraços e até os roncos dele.
Nossa barraca de camping foi o lugar perfeito,
para observar estrelas e ouvir o chocalho das árvores.
Espiamos um pisca-pisca ao redor da aldeia,
com inúmeras cores de sua preferência.
Brincamos de pega-pega descalços na areia,
pilotamos quadriciclos nas Dunas,
e nos banhamos na Lagoa de Peracubu.
Gravamos seu nome em um Mirante em frente aos Parrachos de Maracajaú.
Ele subiu nos bancos de madeira da cozinha compartilhada,
andou para cá e para lá, encenando personagens de bruxos,
com voz de comando, lançando sua magia com um graveto seco chamado de "varinha".
(encantando todos na aldeia).
Fizemos alguns amigos, e ele sempre os chamava pelo nome. Menino contagiante.
Todos riram com ele.