Sobre o medo de perder um grande amor

Ela não tinha nem 12 horas de nascida quando chegou a mim. Abracei a causa de fazê-la sobreviver e consegui, mesmo com muita dificuldade e vendo aquela coisinha pequena quase sucumbir várias vezes.

 

Dei leite na mamadeira, mesmo tendo que acordar de três em três horas, ajudei com as necessidades fisiológicas, arranjei mãe de leite, aguentei o miado fininho reclamando de alguma coisa que eu não sabia o que era e ficava procurando pra ajudar, fiz tudo que pude.

 

E lá se vão sete anos juntas. Ela é dengosa. Gosta de dormir comigo ou na sua prateleira predileta. Nunca se incomoda com as mudanças de lar, desde que eu esteja por perto. Ronrona tão baixinho perto de mim...

 

De uns quatro ou cinco dias pra cá tem andado ensimesmada. Não vem mais dormir comigo, se isola embaixo da cama, quando eu tiro e faço carinho enquanto examino pra ver se tem algo diferente, não pisca mais os olhos pra mim...

 

Já cheguei a pensar que ela tá chateada por eu às vezes dormir na sala para cuidar de Tatau, o cachorrinho idoso de mainha, que anda doente, porque ela é ciumenta e mal aceita as duas irmãs que vieram logo depois dela...

 

Já observei tudo que podia e ela continua comendo, bebendo água e fazendo as necessidades fisiológicas. Não sei o que pode estar acontecendo com a minha Gaterreira. Minha guerreira forte e resistente...

 

Tenho medo de estar perdendo ela na mesma idade em que se foram Pacotinho e Gatonínico...

 

Que São Francisco de Assis cuide da minha bichinha.