Mau disfarçado

Temo meu temor não passar. Temo que ele me venha encurralar, em uma ponte, na béirada. Eu não quero cair... Muito menos pular! Mas, caso não haja alternativa, preciso saber nadar.

No dia que o mal me viu... Eu não o notei. Estava ocupada dançando. Então, ele me viu de novo, olhou-me bem nos olhos e sorriu.

O mau não parecia do mal. Contudo, o mau tem essa habilidade de se fantasiar de bom. Há quem diga que ele aproveitou um descuido do bem e roubou as roupas dele para poder sair enganando os outros.

Eu pensei: não o mau é bom, as pessoas não o conhecem bem! Logo, quando veio o tombo... Tombei! O mau não era bom, ele era péssimo!

Entretanto, por que o mau me enganou por um momento? Porque vi nele um humano, pensei talvez esse ou aquele defeito venha da imperfeição... Toda via, a maior imperfeição é se achar acima do bem e do mal. Acreditar que Deus não existe, ou melhor que não existe punição.

Apesar de todo infortúnio de ter cruzado com ele, sei de uma coisa: O mau não pode mais me enganar. Não pode me conquistar... E sei também um dia ele vai pagar por todo mal que semeou.