T I T Â N I C O
Sou eu mesmo o ator/autor deste projeto frenético, doravante denominado apenas de discurso alucinado.
Sim, sou eu o personagem.
Neste bloco de cimento, nestas lages ocupadas, neste projeto faroeste caboclo, narro algo meu, seu, dos outros, emprestado.
Roteiro desconhecido, tema desarticulado, ambição ambígua, como deve ser, despojado, misterioso, confiante, livre, pensar, não interessa se chove lá fora.
Em outro desfecho, me mantenho em pé por pura teimosia, por puro capricho, faz parte da tristeza da história.
Sem sustentabilidade, comida é pasto.
E o pulso ainda pulsa.
Quanto à geografia do projeto, o terreno é escorregadio, arenoso, perigoso demais, em vias de desmoronamento, sem placas de advertência.
Se o mundo está de cabeça para baixo, cenas chocantes, este projeto de personagem também está.
Cantando na chuva, dança com lobos, sobrevivo, nesta cidade de deus.
Adeus!