“O amor venceu o ódio” II

No dia 5 de abril de 2018, o cidadão Carlos Alberto Bettoni de 56 anos, foi agredido pelo ex-vereador do PT, Manuel Eduardo Marinho, conhecido como “Maninho do PT” depois de gritar ofensas contra o PT em frente ao Instituto Lula, em São Paulo.

Na queda, Bettoni bateu a cabeça no para-choque de um caminhão e caiu na rua, ensanguentado. Após um período desacordado, foi levado até o hospital para atendimento. Ele sofreu traumatismo craniano.

“A violência gerou consequências graves para a saúde do empresário, que ficou impossibilitado de trabalhar. Sofrendo com crises convulsivas, sequelas neurológicas e nervosas, ele foi internado por diversas vezes, primeiramente em um hospital particular. Com a piora da situação financeira da vítima – que não conseguiu retornar ao trabalho após a agressão -, as últimas internações ocorreram no Sistema Único de Saúde (SUS).”.

Bettoni faleceu em 30 dezembro de 2021, aos 60 anos vítima de Covid, segundo consta.

Marinho declarou que “Tenho um arrependimento enorme de ter acontecido esse fato, ainda mais agora com a morte dele. Eu queria vê-lo e pedir perdão. Eu fui levado pela emoção e tenho um enorme arrependimento de ter acontecido esse fato.”.

Por mais evidente que seja a violência envolvida no incidente, a humanidade que existe em nós torna difícil não acreditar no arrependimento do agressor.

Porém, a verdadeira frieza, sordidez e até psicopatia das quais sabemos que são capazes o chamado “ser humano” ficou evidente em Diadema, na Grande São Paulo, no dia 09.07.2022 no ato chamado “Em Defesa da Democracia”, que aconteceu na Praça da Moça.

O pré-candidato à Presidência, Luiz Inácio da Silva, discursando para seus incansáveis sectários declarou: “Esse companheiro Maninho, por me defender, ficou preso sete meses, porque resolveu não permitir que um cara ficasse me xingando na porta do Instituto. Então, Maninho, eu quero agradecer, porque foi o Maninho e o filho dele que estiveram nessa luta. Essa dívida que eu tenho com você jamais a gente pode pagar em dinheiro. A gente pode pagar em solidariedade e companheirismo.”

Já tendo deixado claro que não se importa nem um pouco com os milhões de cubanos e venezuelanos que são humilhados há décadas por seus “compañeros”, Luiz Inácio mostrou no evento, “com todas as letras”, o desprezo pelo sofrimento de Bettoni, (apenas “um cara”) e sua família, que não representou nada em comparação ao “sofrimento” e “injustiça” sofrido pelo ex-vereador por cumprir o “sagrado ofício” de defendê-lo de um insulto. Ofício este aliás, que já está sendo cumprido por milhões de pessoas desde que ele foi condenado pela (in)Justiça “fascista”.

As pessoas que estão repetindo como papagaios a expressão “O amor venceu o ódio”, deveriam refletir por alguns minutos e entender que os motivos que as levaram a votar no tal candidato, competem exclusivamente a elas e são um direito que ninguém pode questionar, porém sua atitude com relação a frase, só nos permite pensar em duas possibilidades: são alienadas ou cínicas ao extremo.

Quem tem um mínimo de respeito por si próprio ou não se considera imune a julgamentos de caráter, como o tal candidato, deveria se abster de expressar pensamentos maldosos ou sem sentido como esse, que apenas as expõem ao ridículo ou ao desprezo das pessoas que as ouvem ou leem.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 02/11/2022
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